"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

domingo, 15 de setembro de 2013

Recomendo a Leitura: A Rua das Ilusões Perdidas

A Rua das 
Ilusões Perdidas
John Steinbeck

Tradução de: A.B. Pinheiro de Lemos
164 páginas
Editora: Rio Gráfica

O título original é “Cannery Row”.
E, assim, o autor inicia o romance:
“Cannery Row, em Monterrey, Califórnia, é um poema, um mau cheiro, um rangido, uma qualidade de luz, uma tonalidade, um hábito, uma nostalgia, um sonho.”


“A Rua das Ilusões Perdidas”, do Prêmio Nobel, John Steinbeck, é um livro simples, mas humano e verdadeiro, e por vezes bem humorado. São histórias do cotidiano da pitoresca rua. É sobre o que realmente importa e faz sentido. A convivência dos personagens da citada rua e suas amizades, habitada por pescadores, trabalhadores braçais, bêbados, vagabundos, prostitutas e várias outras pessoas com problemas sociais, que, quase em sua totalidade vivem na pobreza, mas que são pessoas de “bom coração” e, que fazem o mundo valer a pena.
O livro é de 1945, poucos anos depois, da grande depressão econômica norte americana que teve início, em 1929, e se entendeu pela década de 30. 
O romance mostra o contraste entre um grupo de amigos que levam uma vida sem compromisso moral e social, liderados por Mack, e um cientista (baseado em um amigo real de Steinbeck), conhecido por Doc, que coleta espécies para vender para institutos de pesquisa. Doc vive em um laboratório de biologia. Steinbeck o descreve mais ou menos assim:
“Doc tem as mãos de um neurocirurgião e a mente controlada. É do tipo que leva os dedos ao chapéu para cumprimentar um cachorro, quando passa de carro... Pode matar qualquer coisa por necessidade, mas nem sequer magoa um sentimento por prazer... Doc tornou-se a fonte de filosofia, ciência e arte."

Doc vira uma espécie de herói e conselheiro da rua, e por gostarem tanto dele, Mack e seus amigos decidem dar uma festa surpresa de aniversário, só que os bebuns estragam tudo, fazendo a maior arruaça, antes mesmo de Doc chegar. É a história entre a bondade humana e a necessidade que temos um do outro, provando que a felicidade surge em qualquer lugar. E dessa forma poética, ilusória e onírica, o autor conta-nos, essas histórias de Cannery Row, que surgem por livre e espontânea vontade.

Trechos:
“De que serve a um homem conquistar o mundo inteiro e voltar para sua casa com uma úlcera gástrica, a próstata arrebentada e óculos bifocais.”

“As coisas que admiramos nos homens, bondade e generosidade, franqueza, honestidade, compreensão e sentimento são os elementos do fracasso em nosso sistema. E as características que detestamos, astúcia, ganância, cobiça, mesquinharia e egoísmo, são os fatores do sucesso. Enquanto os homens admiram as qualidades que citei, adoram o resultado das outras características.” 

Realmente é um bom livro, interessante e inteligente, que vale a pena ser lido e apreciado. 
Mas, em minha opinião, os dois livros anteriores que li, de John Steinbeck, me agradou mais. Trata-se de “Ratos e Homens” (1937) e “A Pérola” (1945). São tramas simples e ingênuas também, só que são histórias muito mais envolventes e emocionantes. 

Fica a dica!
Visite o site: Cannery Row >>>

2 comentários:

  1. Obrigado pelo post :)
    Muito bem feito, entre Pérola e Ratos e Homens, qual você aconselha para começar?

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    1. Tanto faz. Mas não deixe de ler os dois livros, pois são excelentes e comoventes histórias...

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