"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

sábado, 26 de setembro de 2020

Trilha Sonora (337) - Stuck in the Sound

 Let´s Go
Stuck in the Sound
Here I am tied and bound
Every night feeling low
Bad days come back whatever

In the sun I bathe, in everyday light
You draft me down for a split second tomorrow
What am I supposed to do

I know you would make me happy
Girl I found my way out
I found it at last, now I'm sober
Wouhouwhou

Let's go
Hey (whouhouwhou)
Hey
You cryin'
How sweet the sound

Silence's on, I attempt
Bow and scrape, tope the line
Never get back together

With the same old style rand down my life
You drag and drop, attract me after all
Anyway I'm gone tomorrow

I know you would make me happy
Girl I found my way out
I found it at last, now I'm sober
I know it would make it concrete
Now you're cryin'
(Whouhouwhou)
How sweet the sound

Let's go
Hey!
(Whouhouwhouwhou)
Let's go
Hey
You cryin'
How sweet the sound
Hey
Let's go

We're back to back for hours
We're weak and what they say
'Bout loving like we do
We'll never give this up
You cryin'
How sweet the sound

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Projeto Nacional: O Dever da Esperança de Ciro Gomes

Projeto Nacional: 
O Dever da Esperança

Ciro Gomes 

Editora: LeYa 

2020 – 272 páginas 

Projeto nacional: O dever da esperança, livro inédito de Ciro Gomes, é um convite para debater racionalmente o país que somos e o país que desejamos ser. “É minha contribuição pessoal a uma reflexão inadiável sobre o Brasil, as raízes de seus graves problemas e as pistas para sua solução”, escreve o autor na introdução. A frase reflete o espírito da obra e de seu autor: não só oferecer um diagnóstico das principais questões que atrapalharam o nosso desenvolvimento com democracia, liberdade e justiça, como também apresentar um vasto conjunto de ideias capazes de direcionar o Brasil rumo a um futuro desejável. É o que Ciro Gomes chama de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento – ele segue a linha de pensadores do nacional-desenvolvimentismo, de que, para superar o atraso e a desigualdade, não basta crescimento econômico: é necessário criar condições para promover a justiça social, reparar dívidas históricas com o próprio povo, gerar oportunidades menos desiguais e, ao mesmo tempo, garantir dinamismo a este gigantesco mercado interno chamado Brasil[contracapa do livro] 

Neste livro Ciro Gomes nos apresenta seu Projeto Nacional de Desenvolvimento e traz também suas ideias para serem debatidas civilizadamente para que possamos devolver ao Brasil a esperança, para voltarmos a acreditar na política e através dela possamos reconstruir um país, uma nação, com o consenso de todos. 

Ciro viaja e viajou por todos os lados do Brasil, observando, desenvolvendo, palestrando e apresentando ideias e propostas, se tornando assim uma das vozes mais relevantes no debate dos vários problemas em várias áreas deste país. Neste livro Ciro propõe diversos pontos fundamentais para um Projeto Nacional de Desenvolvimento, trazendo e abordando questões sobre o Estado, os impostos, geração de empregos, meio ambiente, segurança, sobre as reformas necessárias e principalmente sobre a defesa da democracia. Este livro traz ideias claras, bem sucintas e soluções reais sobre o cenário político e econômico atual, um verdadeiro projeto de (re)construção e (re)industrialização de um país que esta completamente perdido e incapacitado com este (des)governo que aí está e dos que o antecederam. Ciro é sóbrio, atento, tem conhecimento e argumentos sólidos para defender estes projetos e garantir a soberania do Brasil... 

Excelente livro, bem coeso e embasado, uma das melhores leituras do ano! 

Recomendo! 

Trechos: 
- “Determinado a fundar a transformação necessária na circunstância histórica real, Ciro Gomes explica o que aconteceu ao país nas últimas décadas e como e por que chegamos ao quadro de estagnação econômica, desagregação política e rendição nacional em que nos 
encontramos. Para isso, ele contrasta sua proposta com os dois ideários que predominaram nos governos desse período. Um deles – que atravessou os mandatos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso na década de 1990, e ressurgiu com Michel Temer e Jair Bolsonaro nos últimos anos – foi o fiscalismo financista. Travestido de liberalismo e de ortodoxia econômica, apostou na retração do Estado e na busca da confiança financeira. Atuou na suposição – desmentida em todo o mundo – de que a obediência traria o investimento e que nosso país cresceria com o dinheiro dos outros. O realismo fiscal é indispensável, sim, como Ciro Gomes sempre reconheceu e praticou, não para ganhar a confiança financeira, mas pela razão oposta: para que o Brasil e seu governo não dependam da confiança financeira e possam ousar na construção de estratégia insubmissa de desenvolvimento. Abdicar da rebeldia, e da construção institucional que ela exige, foi o maior pecado dessa conspiração contra nosso futuro. O outro ideário – que acabou prevalecendo nos governos petistas – foi o nacional-consumismo. Teve o mérito de diminuir a pobreza, mas tomou o caminho fácil de usar as riquezas naturais do país – na agricultura, na pecuária e na mineração – para pagar a conta do consumo urbano. Em vez de organizar a qualificação do aparato produtivo do país e a capacitação dos brasileiros, aceitou nossa regressão a um primarismo produtivo, do qual a desindustrialização foi apenas um dos aspectos. Renegou a construção de um produtivismo inclusivo, voltado para o horizonte da economia do conhecimento, e organizou um sistema geral de cooptação – dos pobres pelas transferências sociais, das corporações pelos direitos adquiridos, dos graúdos pelos favores tributários e pelo crédito subsidiado, e dos rentistas pelos juros desnecessários e irresponsáveis. Quando a riqueza fácil acabou, a tentativa de dar sobrevida a um modelo econômico malogrado aprofundou a ruína, desorganizando as finanças públicas. E a cooptação multiplicou oportunidades para a corrupção nos acertos entre as elites de poder e de dinheiro.” – págs.: 14 e 15 

- “Para mim, de nada vale crescimento econômico sem liberdade e sem promoção de justiça social.” – pág.: 41 

- “Para minha grande decepção, o partido que eu tinha ajudado a fundar para implantar uma socialdemocracia no Brasil, o PSDB, e o plano econômico que tinha ajudado a consolidar, o Real, se desvirtuaram completamente durante o Governo FHC, se deixando corromper pelos interesses do novo rentismo e pela embriaguez eleitoreira de uma emenda de reeleição obtida por suborno. Logo após a posse, esses novos protagonistas da vida econômica passaram a comandar o governo e a submeter todas as outras frações do capitalismo nacional, cooptando a maioria da classe política. Ou seja, o Plano Real foi uma iniciativa muito séria, mas era como uma espécie de antipirético, um comprimido para febre. Melhor explicando: a inflação não era a doença; era, como as febres, um sintoma das doenças. É preciso tratar a febre alta, mas, controlada a febre, é preciso levar o paciente a identificar a infecção. Essa sim é a doença. A doença era o colapso do modelo e a febre era a inflação. FHC experimentou a popularidade extraordinária do fim da febre e em vez de levar o paciente para a terapia ou cirurgia, levou o paciente para o baile funk, se é possível tratar com bom humor com esse momento crítico de nossa história.” – págs.: 57 e 58 

- “Não resta mais qualquer dúvida razoável hoje de que o Brasil sofreu um golpe. O uso de uma forma constitucional sem o conteúdo acusatório adequado não torna legal o processo. E hoje sabemos que o mesmo Congresso que se inflamou contra as pedaladas tornou-as legais dois dias depois de afastar a presidente legítima. Esse mesmo Congresso negou a autorização para investigação do golpista que ocupou a Presidência da República desonrando nosso país e nosso povo, mesmo diante de malas de dinheiro e confissões de crimes gravadas. O ex-presidente da Câmara e hoje condenado por corrupção Eduardo Cunha, que outrora me processou por tê-lo chamado de corrupto, aceitou e conduziu o pedido de impeachment.” –Pág.: 71 

- “Ao transformarem as eleições num circo de fake news e debates sobre absurdos, Bolsonaro venceu, o PT sobreviveu e o Brasil foi atirado no abismo do neoliberalismo, do protofascismo, do colonialismo norte-americano e do governo tecnicamente mais desqualificado da história brasileira.” – Pág.: 81 

- “Isto é o neoliberalismo: lucro privado, prejuízo socializado, ou seja, pago pelo povo.” – pág.: 117 

- “Não podemos abrir mão de nossa vocação agropecuária, mas sem indústria forte seremos condenados a padrões de consumo de países pobres, ainda enfrentando uma contínua pressão pela expansão da fronteira agrícola sobre a Amazônia. Já hoje estamos sentindo o dramático efeito da queda dos preços das commodities agrícolas e minerais, tornando nosso balanço de pagamentos insustentável. Assim, temos que pactuar com toda a sociedade – governo, patrões e empregados – uma nova política industrial definindo exatamente o que pretendemos produzir para financiar nossa pauta de importações.” – pág.: 147 

- “Acredito que, como dizia Churchill: “Um governante que reclama de sua imprensa é como um marinheiro que reclama do mar”. Em vez de se lamentar sobre as distorções, omissões e mentiras de uma imprensa comercial que defende os próprios interesses econômicos, devemos, na oposição, fazer uso frequente das mídias sociais, e, no governo, dos canais institucionais de comunicação com o povo brasileiro, procurando a apresentação de posições e informações sem intermediários. Sites oficiais, redes nacionais de rádio e TV, redes sociais: furar o bloqueio e o filtro dos interesses econômicos e políticos da mídia para manter um canal direto com a população é fundamental.” – pág.: 194 

- “Na minha opinião, ninguém é de esquerda porque se diz ser ou gostaria de ser. O que determina se alguém é de esquerda é sua prática, é a posição que toma nas lutas concretas da sociedade e a obra que realiza quando tem poder. Da mesma forma, ninguém é de direita só porque pensa diferente de nós ou porque defende valores como eficiência, planejamento, honestidade, patriotismo e segurança pública. Muito pelo contrário, esses deveriam ser valores de toda a sociedade. Enfim, a diferença entre esquerda e direita continua sob qualquer ponto de vista, mas a classificação de alguém como tal é sempre relativa à sociedade em que está atuando.” – pág.: 199 

- “... não defendo nem o Estado máximo nem o Estado mínimo, mas o Estado necessário.” – pág.: 200 

- “Acredito que não é possível ser feliz numa sociedade infeliz, rodeado de pessoas vivendo em situação de sofrimento extremo, injustiça e crueldade.” – Pág.: 201 

-“ Esse é nosso ambiente social e econômico atual. Se a esquerda fracassou, é porque não deu resposta adequada a ele. Como disse o ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, “a esquerda falhou por criar consumidores e não cidadãos”. –Pág.: 208 

- “Defender os interesses de sua própria nação não faz ninguém ser de esquerda ou de direita. Mas é o que define alguém como um patriota ou um apátrida. Entregar setores econômicos estratégicos para nosso desenvolvimento para a China não faz de você um comunista ou socialista, mas um traidor. Prestar continência para a bandeira e os interesses imperialistas norte-americanos não faz de você um liberal ou conservador, mas um traidor.” – pág.: 216 

- “ ... o Brasil vai começar a dar certo. Se eu estarei aqui para ver, não sei. O que sei é que não serei eu que salvarei o Brasil. Porque o que o salvará um dia é seu próprio povo munido de um projeto e da determinação de executá-lo. E para ajudar nosso povo a entender isso dedicarei até o último dia de minha vida.” – pág.: 256 

- “Aos que pediam minha “Carta aos brasileiros”, deixo este livro. Nele, a reiteração dos compromissos de toda a minha vida. Porque minha verdadeira ambição não é ser presidente, minha verdadeira ambição é mudar meu país. Minha ambição é ajudar a transformar o Brasil no país fantástico que ele ainda pode ser. E se um dia eu tiver a honra de presidir este país, antes de tomar posse me despedirei de minha família que amo tanto e entrarei no cargo preparado para mudar o Brasil ou morrer tentando. Se não tiver, continuarei com a outra honra de dedicar minha vida política à luta para debater com as novas gerações sobre os problemas brasileiros e a necessidade de seguirmos projetos, não pessoas. Já minha ambição ao escrever este livro é a de despertar em você, que me deu a honra de ler algumas de minhas ideias, um pouco dessa ambição, para que nos ajude nessa caminhada.” – pág.: 260 

O autor: 
Ciro Gomes, nascido em 1957, é político, advogado e professor universitário. Foi deputado estadual (1983-1988), prefeito de Fortaleza (1988-1990), governador do Ceará (1991-1994), ministro da Fazenda (1994-1996), ministro da Integração Nacional (2003-2006), deputado federal (2006-2010), secretário da Saúde do Ceará (2013-2015) e três vezes candidato à presidência da República. Projeto Nacional: O dever da esperança é seu quarto livro. 

Fica a Dica!

sábado, 29 de agosto de 2020

Trilha Sonora (336) - Supertramp

The Logical Song
Supertramp
Compositores: Rick Davies e Roger Hodgson

When I was young
It seemed that life was so wonderful
A miracle, oh it was beautiful, magical
And all the birds in the trees
Well they'd be singing so happily
Oh joyfully, oh playfully watching me
But then they sent me away
To teach me how to be sensible
Logical, oh responsible, practical
And then they showed me a world
Where I could be so dependable
Oh clinical, oh intellectual, cynical

There are times when all the world's sleep
The questions run too deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am

Now watch what you say
Or they'll be calling you a radical
A liberal, oh fanatical, criminal
Oh won't you sign up your name
We'd like to feel you're
Acceptable, respectable, oh presentable, a vegetable

At night when all the world's sleep
The questions run so deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am, who I am, who I am, who I am

domingo, 23 de agosto de 2020

Bayern de Munique é o Campeão da Liga dos Campeões 2020

O Bayern de Munique conquistou a Liga dos Campeões de
 2020ao derrotaro Paris Saint-Germain por 1x0, e 
conquistou seu sexto título na competição.
<<< Tabela à partir das Oitavas de Final >>>

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Sevilla é o campeão da Liga da Europa 2020

 O time espanhol sagrou-se campeão ao vencer o Internazionale da 
Itália por 3x2. é o sexto título da equipe espanhola na competição. 
O time é o maior vencedor da Liga da Europa.

<<< Tabela à partir das Quartas de Final >>>

sábado, 1 de agosto de 2020

Trilha Sonora (335) - Tim Maia

Bom Senso
Tim Maia

Já virei calçada maltratada
E na virada quase nada
Me restou a curtição
Já rodei o mundo quase mudo
No entanto num segundo
Esse livro veio a mão
Já senti saudade
Já fiz muita coisa errada
Já pedi ajuda
Já dormi na rua
Mas lendo atingi o bom senso
Mas lendo atingi o bom senso
A imunização racional

Já virei calçada maltratada
E na virada quase nada
Me restou a curtição
Já rodei o mundo quase mudo
No entanto num segundo
Esse livro veio a mão
Já senti saudade
Já fiz muita coisa errada
Já dormi na rua
Já pedi ajuda
Mas lendo atingi o bom senso
Mas lendo atingi o bom senso
A imunização racional

sábado, 11 de julho de 2020

Trilha Sonora (334) - Novos Baianos

Brasil Pandeiro
Novos Baianos
Compositor: Assis Valente

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui à Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar
Salve o Morro do Vintém, Pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar

O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato
Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar!

Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente
Num batuque de matar
Batucada, reunir nossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar!

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar!

Ô, ô, sambar.
Ô, ô, sambar...

sábado, 4 de julho de 2020

Cova 312, de Daniela Arbex

Cova 312 
Daniela Arbex 

Geração Editorial 

2015 – 344 páginas 

Menos de dois anos depois de seu surpreendente best-seller de estreia, “Holocausto brasileiro”, Daniela Arbex volta com mais um livro corajoso e revelador. Escrito como um romance, nele se conta a história real de como as Forças Armadas mataram pela tortura um jovem militante político, forjaram seu suicídio e sumiram com seu corpo. Daniela Arbex reconstitui o calvário deste jovem, de seus companheiros e de sua família até sua morte e desaparecimento. E continua investigando até descobrir seu corpo, na anônima Cova 312 que dá título ao livro. No final, uma revelação bombástica muda um capítulo da história do Brasil. Uma história apaixonante, cheia de mistério, poesia, tragédia e sofrimento.[Contracapa do livro] 

Daniela Arbex traz neste seu livro-reportagem, a história real de como as Forças Armadas na época da ditadura, mataram pela tortura um jovem militante político, Milton Soares de Castro, forjaram seu suicídio e sumiram com seu corpo. 

A autora nos conta a história de Milton e seus companheiros que formavam uma guerrilha contra a ditadura militar instaurada no Brasil. A guerrilha era organizada pelo Movimento Nacional Revolucionário (MNR), formado por rebelados do exército brasileiro e um único civil, justamente, Milton S. de Castro. Uma guerrilha que nunca chegou ao seu objetivo, nunca aconteceu. Foi desmantelada antes pelas Forças Armadas. E a autora investigou, pesquisou e entrevistou várias pessoas, reconstituindo o calvário deste jovem, de seus companheiros e de sua família, até sua morte e desaparecimento. E descobriu onde estava seu corpo, na anônima Cova 312. 

A polícia do Exercito prendeu os 12 revolucionários que estavam acampados na Serra de Caparaó, e todos foram conduzidos à Penitenciária Estadual de Linhares, localizada em Juiz de Fora, interior de Minas Gerais. 

Destes 12, apenas o jovem foi morto. Na versão oficial: suicídio. Alguns questionamentos surgiram principalmente de seus familiares e de seus companheiros, que contestaram a tese de suicídio. 

Só em 2002, 35 anos depois da morte de Milton, que o jornal Tribuna de Minas, através de Daniela Arbex resolveu aprofundar a investigação da morte e do desaparecimento do corpo do jovem, que sua mãe tanto procurou durante 35 anos, nas prisões da ditadura, e morreu dolorosamente sem ter conhecimento que o corpo do filho estava na anônima cova 312. A jornalista mostra o passo a passo esta investigação jornalística. 

E o resultado desta investigação você confere neste excelente livro. Uma obra comovente e emocionante, misto de tragédia e sofrimento, de mistérios e emoções. Uma história cruel e dolorosa, mas magistralmente bem investigada e contada por Daniela Arbex, assim como foi em “Holocausto Brasileiro”. 

O livro ainda é repleto de fotografias das pessoas envolvidas na história e também de trechos de documentos relacionadas ao período mais nefasto do Brasil. 
*
“O tema pode parecer pesado e, como trata de episódio ainda mal resolvido da história recente brasileira, difícil de digerir. Seria assim, não fosse a capacidade prodigiosa de Daniela Arbex de transformar histórias trágicas em uma narrativa fluida, atraente, poética e, em alguns momentos, até divertida…”, escreve no prefácio, o escritor Laurentino Gomes. 

Trechos: 
-“ Rogério não conhecia aquele local. Na entrada do regimento, foi recebido por um homem magro e alto com patente de capitão. Mais tarde veio saber tratar-se de Hilton Paulo Cunha Portela, conhecido pelo codinome Doutor Joaquim. 
“Você é o Rogério?” 
O universitário acenou positivamente com a cabeça, mas não teve tempo de dizer nada. Foi surpreendido com um tapa no rosto que quase o derrubou. Sua perna bambeou, embora tentasse não demonstrar que o pânico o invadia. Já dentro do quartel, ele recebeu a ordem para se despir. Atacado, não conseguia identificar todos os seus algozes. Tentava apenas proteger o rosto, numa atitude involuntária de autodefesa. Depois de tapas na cara, levou socos e chutes pelo corpo. Não havia experimentado humilhação como aquela. Por nunca ter sido de briga, ele só conhecia as causadas por rixas de moleque na rua. A descida naquele submundo marcou o início de sua vida adulta. 
“Seu filho da puta, segura esse fio.” 
Rogério sentiu a musculatura contrair. O corpo tremeu por dentro com a corrente elétrica. Primeiro tomou choque no rosto, nas mãos, depois nas pernas. Aquilo queimava. Os militares debochavam. Não conseguia manter as mãos segurando o fio. Continuou apanhando até perder a noção do tempo. Ao final da sessão, foi levado para uma cela, de onde só foi retirado horas depois. Recuperou suas roupas, mas sua dignidade havia sido atingida. Ainda viu passar, pelo corredor do regimento, um homem nu todo ensanguentado. Era José Adão Pinto, militante da Corrente, que havia sido empalado por um cabo de vassoura. Ainda perturbado por toda violência que viu e sentiu, Rogério foi colocado em um camburão. O carro rodou por horas. Ele urinou lá dentro. O porta-malas só foi aberto dentro da Colônia Penal Magalhães Pinto, em Ribeirão das Neves. 
Rogério só percebeu que ainda estava em Minas Gerais pela farda do soldado que os recebeu. Na entrada do complexo, um sargento da PM tomou os óculos do universitário. A carteira de identidade, o relógio, o cordão, o cinto e os sapatos foram apreendidos.” – páginas 117 e 118

“- Após a descoberta da Cova 312, telefonei para Gessi Palmeira Vieira, em Porto Alegre, para revelar o lugar em que seu irmão havia sido enterrado. Durante trinta e cinco anos, o local foi mantido em sigilo pelos militares, tornando-se um dos grandes segredos guardados pela ditadura brasileira. Ao receber a notícia, Gessi não conteve a emoção: 
“O que fizeram com o Milton não se faz nem com um bicho. Ele tinha um ideal, queria mudar o país. Quando soubemos de sua morte, lutamos por muito tempo para que o exército nos entregasse seu corpo. Não tivemos o direito de velar nosso irmão”, disse, chorando. Edelson mostrou-se igualmente comovido. 
‘Minha mãe sofreu muito com a morte do Milton. Todos nós ficamos marcados. Tínhamos um lema, uma convicção. Ele jamais se mataria. Meu irmão cumpriu seu papel perante o Brasil.’” – página 276 

-“ Foi percorrendo a história do guerrilheiro do Caparaó que eu pude seguir a trilha de tantos outros que, assim como ele, tiveram a Penitenciária de Linhares como destino. Conhecer os episódios de vida e de morte dos militantes políticos me deu a oportunidade de desvendar um Brasil que ainda teme os seus fantasmas e se acovarda diante do peso da culpa. Os sobreviventes têm muito a ensinar: convivem com suas sequelas e enfrentam a herança da violência para seguir em frente, mesmo sendo difícil se livrar do tormento da perseguição. Fazer silêncio diante de uma nação que foi esfacelada pela violência no passado e continua reproduzindo os métodos de tortura e exclusão do período do arbítrio é compactuar com crimes dos quais podemos nos tornar vítimas. Pior que isso: reeditar nas ruas do país marchas pela ordem clamando o retorno da ditadura é desconhecer os anos de sombra que envolveram o Brasil ou aceitar que a força supere o diálogo e o esforço histórico dos movimentos populares na busca por caminhos de paz.” – páginas 335 e 336 

“- Assim como os familiares de Milton puderam saber sobre a existência da Cova 312, onde o integrante do MNR foi sepultado, apontar o destino das ossadas de cada militante abatido e esclarecer as mortes ocorridas nos vinte e um anos de arbítrio é sanar uma dívida histórica do país com os seus filhos. Revolver o passado é vital para se fazer justiça e para consolidação do estado democrático de direito. 
Punir ou perdoar? Enquanto o Brasil se divide entre a anistia e a imprescritibilidade dos crimes de tortura — o que os tornaria passíveis de responsabilização ainda hoje —, uma certeza se consolida: esquecer é impossível. E se centenas de brasileiros tiveram suas vozes silenciadas, nós continuaremos a lembrá-los, um a um, falando em seus nomes. 
— Milton Soares de Castro! 
— PRESENTE!” – páginas 341 e 342 

A autora: 
Daniela Arbex é uma das jornalistas mais premiadas de sua geração. Seu livro, o best-seller “Holocausto Brasileiro”, foi eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014). Com mais de 200 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal, a obra ganhou as telas da TV em 2016, no documentário produzido com exclusividade para a HBO, com exibição em mais de 40 países. Seu mais recente sucesso, Cova 312, também venceu o prêmio Jabuti em 2016 na categoria livro-reportagem. Daniela tem mais de 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios Esso, o americano Knight International Journalism Award (2010) e o prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina (2009). Há 21 anos trabalha no Jornal Tribuna de Minas, onde é repórter especial. 

Recomendo a leitura. Fica a Dica!

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Poesia a Qualquer Hora (332) - Jefferson C. Rossi


O Insuportável, insustentável 
detestável Bolsonaro

Deprêsidente Bolsonaro: 
o insustentável, insuportável e detestável desgoverno de um ser

B O L S O N A R O
Bolsobosta
Bostanaro
Bolsotário
Bolsoasno
Bolsotosco
Boçalnaro
  Bolsonaro...

Este ser me dá asco, ojeriza... 
Me causa depressão e devaneios...

Não me faltam adjetivos para (des)classificá-lo ou (des)qualificá-lo:

Demagogo, desprezível, delinquente e farsante.
Idiota, imbecil, mentiroso e arrogante.

Egocêntrico, mau caráter, maluco e fascista.
Hipócrita, genocida, cretino e oportunista.

Insano, ineficiente, irresponsável e ignóbil.
Incompetente, incoerente, ineficaz e inábil.

Ignorante, ilógico,incapaz e imoral.
Inconsequente, inconsciente, indigesto e irracional...

Antiético e antidemocrático acima de tudo...
Corrupto e ladrão acima de todos...

Capitão Covid e Cloroquina.
Mata de noite e de dia...
.
Negligente...
 É isso, ou tudo isso...
Infelizmente...

Jefferson Carlos Rossi

domingo, 21 de junho de 2020

50 Anos do Tricampeonato da Seleção Brasileira

Hoje, 21/06, 50 anos da conquista da 3.ª Copa do Mundo da Seleção Brasileira

A Copa do Mundo de Futebol de 1970 foi realizada no México entre os 
dias 31 de maio e 21 de junho. Contou com a participação de 16 seleções.

Seleções participantes: 
União Soviética, México, Bélgica, El Salvador, Itália, Uruguai, Suécia, Israel, Brasil, Inglaterra, Romênia, Tchecoslováquia, Alemanha Ocidental, Peru, Bulgária e Marrocos.

Jogos do Brasil:
1ª Fase:
Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia 
Brasil 1 x 0 Inglaterra 
Brasil 3 x 2 Romênia

Quartas de Finais: 
Brasil 4 x 2 Peru

Semifinais : 
Brasil 3 x 1 Uruguai

Final: 
Brasil 4 x 1 Itália 

Campanha do Brasil: 6 jogos / 6 vitórias / 19 gols pró / 7 gols contra

Na final, o Brasil saiu na frente, com Pelé cabeceando um cruzamento de Rivellino no minuto 18. Roberto Boninsegna empatou para os itallianos após falha da defesa brasileira. Gérson bateu um forte chute para o segundo gol, e ajudou na marcação do terceiro, com um lançamento de falta para Pelé que cabeceou para Jairzinho. Pelé finalizou sua grande performance saindo da marcação da defesa italiana e assistindo Carlos Alberto Torres no flanco direito para o gol derradeiro. O gol de Carlos Alberto, após uma série de passes da seleção brasileira da esquerda para o centro, é considerado pela BBC o gol mais bonito de todos os tempos. Dos onze jogadores do time brasileiro, dez tocaram na bola antes do gol.

A vitória consagrou o Brasil como a primeira equipe a conquistar três títulos na história das Copas.

Com sua terceira vitória após 1958 e 1962, o Brasil pôde reter a posse da Taça Jules Rimet permanentemente (ironicamente, ela seria roubada em 1983 enquanto estava em exposição no Rio de Janeiro e nunca foi recuperada). O técnico brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo foi o primeiro futebolista a se tornar campeão mundial como jogador (1958 e 1962) e como técnico, e Pelé encerrou sua carreira nas Copas do Mundo como o primeiro (e até agora único) vencedor por três vezes.

Jairzinho marcou pelo menos um gol em cada dos seis jogos do Brasil (no primeiro jogo, contra a Tchecoslováquia, ele marcou dois), um feito que até agora não foi repetido. Porém, o artilheiro do torneio foi Gerd Müller, da Alemanha Ocidental, com dez gols. Müller conseguiu marcar hat-tricks em dois jogos consecutivos, contra a Bulgária e contra o Peru na fase de grupos.




● FICHA TÉCNICA da FINAL :

Data: 21/06/1970

Estádio: Azteca
Público: 107.412
Cidade: Cidade do México (México)
Árbitro: Rudi Glöckner (Alemanha Oriental)

BRASIL (4-3-3):
ITÁLIA (4-3-3):
1  Félix (G)
1  Enrico Albertosi (G)
4  Carlos Alberto Torres (C)
2  Tarcisio Burgnich
2  Brito
5  Pierluigi Cera
3  Wilson Piazza
8  Roberto Rosato
16 Everaldo
3  Giacinto Facchetti (C)
5  Clodoaldo
10 Mario Bertini
8  Gérson
16 Giancarlo De Sisti
7  Jairzinho
15 Sandro Mazzola
9  Tostão
13 Angelo Domenghini
10 Pelé
20 Roberto Boninsegna
11 Rivellino
11 Luigi Riva

Técnico: Zagallo
Técnico: Ferruccio Valcareggi

SUPLENTES:


12 Ado (G)
12 Dino Zoff (G)
22 Leão (G)
17 Lido Vieri (G)
21 Zé Maria
4  Fabrizio Poletti
15 Fontana
6  Ugo Ferrante
14 Baldocchi
7  Comunardo Niccolai
17 Joel Camargo
9  Giorgio Puia
6  Marco Antônio
21 Giuseppe Furino
18 Paulo Cézar Caju
14 Gianni Rivera
13 Roberto
18 Antonio Juliano
20 Dadá Maravilha
22 Pierino Prati
19 Edu
19 Sergio Gori

GOLS:
18′ Pelé (BRA)
37′ Roberto Boninsegna (ITA)
66′ Gérson (BRA)
71′ Jairzinho (BRA)
86′ Carlos Alberto Torres (BRA)

CARTÕES AMARELOS:
Rivellino (BRA)
Tarcisio Burgnich (ITA)

SUBSTITUIÇÕES:
75′ Mario Bertini (ITA) ↓
Antonio Juliano (ITA) ↑

84′ Roberto Boninsegna (ITA) ↓
Gianni Rivera (ITA) ↑