Nostalgia da chuva
Através da vidraça vejo o céu sombrio
A chuva torrencial chegou sem chantagem
O vento sorrateiro sopra um recado
Sua mensagem foge a minha concepção
Olhando os pingos, pensamentos vagos.
Nos vácuos dos versos, nenhuma rima.
O cheiro de terra molhada acorda o desejo
De nesta estrada imensa andar sem rumo
Coração queima, pulsa pelo que nunca veio.
Restringindo-me o ar que embaça a vidraça
Quer ser a gota perdida que escorre da hera
A esperança ritmada de alcançar o oceano
No ruído cadenciado desta festa de pingos
Fantasio ver o sol por uma fissura de nuvem.
Glória Salles
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