A “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, foi produzida no primeiro momento do Romantismo Brasileiro, época na qual se vivia uma forte onda de nacionalismo, que se devia ao recente rompimento do Brasil-colônia com Portugal. O poeta trata, neste sentido, de demonstrar aversão aos valores portugueses e ressaltar os valores naturais do Brasil.
Apesar de ser um texto de profunda exaltação à pátria, o poema possui total ausência de adjetivos qualificativos. São os advérbios “lá, cá, aqui” que nos localizam geograficamente no poema. Formalmente, o poema apresenta redondilhas maiores (sete sílabas em cada verso) e rimas oxítonas (lá, cá e sabiá), menos na segunda estrofe.
Quando Gonçalves Dias escreveu este poema, cursava Faculdade de Direito em Coimbra, em Julho de 1843. Vivia, desta forma, um exílio físico e geográfico. Tradicionalmente, esta é a situação do exílio. (Fonte: Info Escola >>>)
O que é paródia?
A paródia é uma obra literária, teatral ou musical que imita outra obra, ou os procedimentos de uma corrente artística, escola,etc, com objetivo jocoso ou satírico; um arremedo.
O Poema Original
(O poema matriz)
A Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
(:-) As 15 Paródias (-:)
(e versões)
Canção do Exílio
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturanos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
* * *
Canto de Regresso à Pátria
Oswald de Andrade
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
* * *
Uma canção
Mario Quintana
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios,
Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?
Mas onde a palavra "onde"?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!
* * *
Europa, França e Bahia
Carlos Drummond de Andrade
Meus olhos brasileiros sonhando exotismos.
Paris. A torre Eiffel alastrada de antenas como um caranguejo.
Os cais bolorentos de livros judeus
e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.
O pulo da Mancha num segundo.
Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.
Tarifas bancos fábricas trustes craques.
Milhões de dorsos agachados em colônias longínquas formam um tapete
para Sua Graciosa Majestade Britânica pisar.
E a lua de Londres como um remorso.
Submarinos inúteis retalham mares vencidos.
O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos arruinados.
Hamburgo, embigo do mundo.
Homens de cabeça rachada cismam em rachar a cabeça dos outros
dentro de alguns anos.
A Itália explora conscientemente vulcões apagados,
vulcões que nunca estiveram acesos
a não ser na cabeça de Mussolini.
E a Suiça cândida se oferece
numa coleção de postais de altitudes altíssimas.
Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.
Não há mais Turquia.
O impossível dos serralhos esfacela erotismos prestes a declanchar.
Mas a Rússia tem as cores da vida.
A Rússia é vermelha e branca.
Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam o filme bolchevista
e no túmulo de Lenin em Moscou parece que um coração enorme
está batendo, batendo mas não bate igual ao da gente...
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a "Canção do exílio".
Como era mesmo a "Canção do exílio"?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá.
Os cais bolorentos de livros judeus
e a água suja do Sena escorrendo sabedoria.
O pulo da Mancha num segundo.
Meus olhos espiam olhos ingleses vigilantes nas docas.
Tarifas bancos fábricas trustes craques.
Milhões de dorsos agachados em colônias longínquas formam um tapete
para Sua Graciosa Majestade Britânica pisar.
E a lua de Londres como um remorso.
Submarinos inúteis retalham mares vencidos.
O navio alemão cauteloso exporta dolicocéfalos arruinados.
Hamburgo, embigo do mundo.
Homens de cabeça rachada cismam em rachar a cabeça dos outros
dentro de alguns anos.
A Itália explora conscientemente vulcões apagados,
vulcões que nunca estiveram acesos
a não ser na cabeça de Mussolini.
E a Suiça cândida se oferece
numa coleção de postais de altitudes altíssimas.
Meus olhos brasileiros se enjoam da Europa.
Não há mais Turquia.
O impossível dos serralhos esfacela erotismos prestes a declanchar.
Mas a Rússia tem as cores da vida.
A Rússia é vermelha e branca.
Sujeitos com um brilho esquisito nos olhos criam o filme bolchevista
e no túmulo de Lenin em Moscou parece que um coração enorme
está batendo, batendo mas não bate igual ao da gente...
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a "Canção do exílio".
Como era mesmo a "Canção do exílio"?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá.
* * *
Canção do Exílio
Casimiro de Abreu
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Quero ver esse céu da minha terra
Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor-de-rosa que passava
Correndo lá do sul!
Quero dormir à sombra dos coqueiros,
As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
Que voa no vergel!
Quero sentar-me à beira do riacho
Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
Os sonhos do porvir!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
A voz do sabiá!
Quero morrer cercado dos perfumes
Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
Do meu berço natal!
Minha campa será entre as mangueiras,
Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
À sombra do meu lar!
As cachoeiras chorarão sentidas
Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
Na terra onde nasci!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
* * *
Nova Canção do Exílio
Ferreira Gullar
Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos
Ao brincarmos sós à noite
nem me dou conta de mim:
seu corpo branco na noite
luze mais do que o jasmim
Minha amada tem palmeiras
tem regatos tem cascata
e as aves que ali gorjeiam
são como flautas de prata
Não permita Deus que eu viva
perdido noutros caminhos
sem gozar das alegrias
que se escondem em seus carinhos
sem me perder nas palmeiras
onde cantam os passarinhos
* * *
Canção do Exílio Facilitada
José Paulo Paes
lá?
ah!
sabiá…
papá…
maná…
sofá…
sinhá…
cá?
bah!
* * *
Pátria Minha
Pátria Minha
Vinicius de Moraes
A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Taiguara
Sonhada terra das palmeiras
Onde andará teu sabiá?
Terá ferido alguma asa?
Terá parado de cantar?
Sonhada terra das palmeiras
Como me dói meu coração
Como me mata o teu silêncio
Como estás só na escuridão.
Ah! minha amada amortalhada
Das mãos do mal vou te tirar
P'ra dançar danças de outras terras
E em outras línguas te acordar.
* * *
Sabiá
Chico Buarque de Hollanda
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar
* * *
Canção do Exílio às Avessas
Jô Soares
Minha Dinda tem cascatas
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem coqueiros
Da Ilha de Marajó
As aves, aqui, gorjeiam
Não fazem cocoricó.
O meu céu tem mais estrelas
Minha várzea tem mais cores.
Este bosque reduzido
deve ter custado horrores.
E depois de tanta planta,
Orquídea, fruta e cipó,
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem piscina,
Heliporto e tem jardim
feito pela Brasil's Garden:
Não foram pagos por mim.
Em cismar sozinho à noite
sem gravata e paletó
Olho aquelas cachoeiras
Onde canta o curió.
No meio daquelas plantas
Eu jamais me sinto só.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Pois no meu jardim tem lagos
Onde canta o curió
E as aves que lá gorjeiam
São tão pobres que dão dó.
Minha Dinda tem primores
De floresta tropical.
Tudo ali foi transplantado,
Nem parece natural.
Olho a jabuticabeira
dos tempos da minha avó.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Até os lagos das carpas
São de água mineral.
Da janela do meu quarto
Redescubro o Pantanal.
Também adoro as palmeiras
Onde canta o curió.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Finalmente, aqui na Dinda,
Sou tratado a pão-de-ló.
Só faltava envolver tudo
Numa nuvem de ouro em pó.
E depois de ser cuidado
Pelo PC, com xodó,
Não permita Deus que eu tenha
De acabar no xilindró.
* * *
Nova Canção do Exílio
Carlos Drummond de Andrade
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde tudo é belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
* * *
Outra Canção do Exílio
Outra Canção do Exílio
Eduardo Alves da Costa
Minha terra tem Palmeiras,
Corinthians e outros timesde copas exuberantes
que ocultam muitos crimes.
As aves que aqui revoam
são corvos do nunca mais,
a povoar nossa noite
com duros olhos de açoite
que os anos esquecem jamais.
Em cismar sozinho, ao relento,
sob um céu poluído, sem estrelas,
nenhum prazer tenho eu cá;
porque me lembro do tempo
em que livre na campina
pulsava meu coração, voava,
como livre sabiá; ciscando
nas capoeiras, cantando
nos matagais, onde hoje a morte
tem mais flores, nossa vida
mais terrores, noturnos,
de mil suores fatais.
Minha terra tem primores,
requintes de boçalidade,
que fazem da mocidade
um delírio amordaçado:
acrobacia impossível
de saltimbanco esquizóide,
equilibrado no risível sonho
de grandeza que se esgarça e rompe,
roído pelo matreiro cupim da safadeza.
Minha terra tem encantos
de recantos naturais,
praias de areias monazíticas,
subsolos minerais
que se vão e não voltam mais.
* * *
Canção do Exílio
Canção do Exílio
Raquel Maythenand
Minha terra não tem palmeiras
E nem sabiá a cantar
As aves que aqui gorjeavam,
já foram para outro lugar.
Nosso céu não tem estrelas,
nossas várzeas não tem flores
Nossos bosques estão sem vida
e nossas vidas sem amores.
Ao cismar,sozinha,à noite,
não encontro mais prazer lá.
Minha terra não tem palmeiras
e nem sabiá a cantar.
Minha terra não tem primores
Que tais eu encontro cá.
Ao cismar,sozinha,à noite
Não encontro mais prazer lá.
Minha terra não tem mais palmeiras
e nem sabiá a cantar.
Não permita Deus que eu morra
Antes de ver o meu Brasil mudar
Onde possa ver primores, que agora não consigo enxergar
Minha terra não tem palmeiras
mas um dia ela terá.
* * *
Canção do Martírio
Daniel Chaves
Minha terra tem castanheiras, ouço o bugio e o curió
Nas estradas tem atoleiros, no verão levanta pó
Vim do lado da floresta, sem renome, sem canção
Sou um dos párias do Brasil, emigran’do Maranhão
Exilado em Boa Vista, estou à sorte “Deus dará”
No Beiral, no Pintolândia, Asa Branca ou Cambará
Meus parentes estão ilhados, para além do Anauá
Ah! Que saudade que tenho do meu velho roçado
Dos meus filhos pequenos, correndo, brincando pelados
Minha roça hoje é biscate, faltando um naco de pão
Meus filhos hoje em gangs, no cassete e afogão
Na fila pra pegar rancho, eu fico a meditar
Um dia eu tenho emprego, minha sina vai mudar
Que saudade do sul do estado, ali era meu chão
Sou macuxi, sou roraimeiro e tenho nome meu irmão.
* * *
Canção do Martírio
Daniel Chaves
Minha terra tem castanheiras, ouço o bugio e o curió
Nas estradas tem atoleiros, no verão levanta pó
Vim do lado da floresta, sem renome, sem canção
Sou um dos párias do Brasil, emigran’do Maranhão
Exilado em Boa Vista, estou à sorte “Deus dará”
No Beiral, no Pintolândia, Asa Branca ou Cambará
Meus parentes estão ilhados, para além do Anauá
Ah! Que saudade que tenho do meu velho roçado
Dos meus filhos pequenos, correndo, brincando pelados
Minha roça hoje é biscate, faltando um naco de pão
Meus filhos hoje em gangs, no cassete e afogão
Na fila pra pegar rancho, eu fico a meditar
Um dia eu tenho emprego, minha sina vai mudar
Que saudade do sul do estado, ali era meu chão
Sou macuxi, sou roraimeiro e tenho nome meu irmão.
* * *
Selecionei apenas 15 poemas. Há ainda centenas de paródias
anônimas ou sem ser de poetas famosos, nesta vasta WEB.
anônimas ou sem ser de poetas famosos, nesta vasta WEB.
Muito Legal!
ResponderExcluirtmb acgo
ExcluirChave
ExcluirQue hoje eu aprenda como e bom ler e ter paixão,
ResponderExcluirQue nunca esqueça do meu primeiro avião,
Assim eu lhe agradeço meu irmão.
Que nunca lhe falte amor no coração.
eu tambem fiz minha parodia...
ResponderExcluirMINHA CANÇÃO
ResponderExcluirMinha terra tinha palmeiras
Onde cantava o sabiá
E as aves que aqui cantam
Vieram partes de lá.
Nosso céu só tem fumaça
Nossas várzeas só capim
Nossos bosques sem mais vidas
Nossa vida teve fim.
Em pensar o que houve a noite
Um desastre singular
Minha terra tinha palmeiras
Onde cantava o sabiá.
Minha terra tinha beleza
Que tais agora só vejo cá
Em pensar o que houve a noite
Menos prazer eu tenho lá
Minha terra tinha palmeiras
Onde cantava o sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu veja melhorar
Sem que volte às belezas
Que hoje só vejo cá
Que ainda volte as palmeiras
Onde cantava o sabiá.
Renato Pimentel
Nova Ipixuna - PA, Julho de 2015
Facebook: Renato Pimentel
Whatzapp: (94)984102681
èpico!
Excluirexcelente
ExcluirMuito lindo!👏🏻
ExcluirMuito bonito! Parabéns
ExcluirFaltou a de Ricardo Azevedo: Nossa terra tem Palmeiras
ResponderExcluirNossa terra tem Palmeiras
Corinthians, Flamengo e jogo
De São Paulo, Fluminense
Vasco, Gremio e Botafogo
Nosso céu tem mais estrelas
Cruzeiro e Internacional
Clube Atlético tem vários
Para orgulho nacional
(...)
Não permita Deus que eu morra
Sem louvar minha divisa
Sem sair dessa gangorra
Sem vestir minha camisa
Nossa terra tem Palmeiras
E times nos quatro cantos
Torcer tem varias maneiras
Eu, por mim, torço pro Santos!
Ricardo Azevedo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirgnomo
ExcluirEu amo o Corinthians
Excluirminha professora passou este poema,canção do exílio para fazer uma música e uma paródia!♥♥♥☻☺
ResponderExcluirPra mim também ksks esse q falta d criatividade deles neh ksksksk
ExcluirPra mim também KKKKKKKKK
ExcluirExatamente
ExcluirA minha professora passou pra gente pesquisar e copiar no mínimo seis paródias da canção do exílio
ExcluirTambém fiz uma paródia há alguns anos.
ResponderExcluirCanção dos Excluídos
Minha terra tem favelas.
Onde canta o AK;
Os tiros, que aqui disparam,
Não disparariam lá.
Nosso céu não tem estrelas
Nossas vielas mais pavores
Nossos morros menos vida.
Nossa vida mais clamores
De quebrada, sozinho, à noite
Mais revolta encontro eu cá
Minha terra tem favelas,
Onde canta o AK.
Minha terra tem horrores,
Que tais não encontro lá
De quebrada, sozinho, à noite,
Mas revolta encontro eu cá;
Minha terra tem favelas
Onde canta o AK
Não permitam Orixás que eu morra
Sem que os veja pagar
Sem que desfrute das riquezas
Que com o meu sangue os ajudei a acumular Sem qu’inda ouça o silêncio,
Onde canta o AK.
Junior Araújo
Feira de Santana-BA, maio de 2012
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito obrigado, me ajudou bastante no meu trabalho!
ResponderExcluirPerfeito, a realidade brasileira em forma de paródia.
ResponderExcluirMinha terra tem golpistas
ResponderExcluirQue venderam nosso pré-sal
E prenderam nossos esquerdistas.
País de corrupçao e carnaval.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk vlw galera me ajudarão muito brigado
ResponderExcluirUma cancao de Mário Quintana
ResponderExcluirNice blog. Thank You.
ResponderExcluirhttp://www.utjeharent.com/
Palhoça foi aonde nasci.
ResponderExcluirCidade bela por natureza.
Onde com orgulho cresci.
Cercada de tanda beleza.
Quando adolescente, em São José fui morar.
Também me encantei com a cidade.
E o amor da minha vida fui encontrar, contrui uma família de verdade.
Trabalho como merendeira.
Para crianças faço comida.
Faço tudo com muito amor, como tudo que faço na vida.
São José é minha segunda morada.
Onde fui bem recebida.
É uma terra muito amada.
De pessoas muito queridas.
SUANI CORREA MARTINS
também tenho minha versão
ResponderExcluirTerra sem vida
Minha terra não tem palmeiras
Lugar onde cantava o sabia
As aves que piavam aqui
Pararam de piar
Nósso céu não tem estrelas
Nóssas vázeas não tem mais flores
Nóssos bosques estão sem vida
Nóssas vidas sem amores
Permita Deus que eu morra
Que eu volte para ai
Para eu olhar o mar
Com horizonte sem fim
Em uma terra com palmeiras
Onde canta o sabia
Para então eu poder descansar
*Quero estar em uma terra com palmeiras*
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei as canções cada uma mas linda que as outras;parabéns aos criadores.
ResponderExcluirCanção do Emílio
ResponderExcluirMinha terra tem bocetas
Com gosto de butiá,
As mulheres cá me fodem
Não me fodem como lá.
Nosso réu tem mais estrelas,
Nossas várzeas mais tenores;
Nossas pombas têm mais vida,
Nossa vida mais sabores.
Em trepar contigo à noite,
"Mais prazer encontro eu lá".
Minha terra tem palmito
E também tem vatapá.
Minha terra tem pecados
E a Thaís não encontro cá;
Em fumar capim maluco
"Mais prazer encontro eu lá".
Minha terra tem palmeiras
Onde sonha a série "A".
Não permita Deus que eu corra
Sem que eu fuja para lá,
Sem que ache os senadores
Que não encontro eu cá.
Sem qu'inda receba palmas
Do amigo marajá.
Zé Amorim
legal a musica
Excluiramassou
ExcluirCANÇÃO DE TRANSIÇÃO
ResponderExcluirMinha terra tem histórias
E pessoas que vou citar:
Preto Cosme, João do Vale,
Gonçalves Dias e Ferreira Gullar.
Minha terra tem palmeiras:
Tucum, babaçu, buriti,
Tem também macaúba, marajá e açaí.
Aqui choram Farinha e Flores:
Munim e Itapecuru,
Balsas e Preguiças
E o indígena rio Grajaú.
Nossa fauna gorjeia a encantar:
Garrincha, cibiti, xoró
E o gavião carcará.
Nossa flora é de transição:
Tem carrasco e cocais,
Campos e restingas,
Tem também o cerradão.
Minha terra é pura Geografia:
Climas, solos e relevos
População e hidrografia.
Minha terra tem mais Rosas, Marias e Josés,
Josés de que não vou falar.
Minha terra tem palmeiras
E Josés de Ribamar.
CUNHA, Eduardo de Almeida. Canção de Transição. IN: Orgs. ADLER, Dillercy Aragão e VAZ, Leopoldo
Gil Dulcio. Antologia mil poemas para Gonçalves Dias. São Luís: EDUFMA, 2013. Eduardo de Almeida Cunha
dudumaranhensedm3@gmail.com
F já cfhhdfhgdt
ResponderExcluirCANÇÃO DO EXÍLIO
ResponderExcluirMinha terra tinha palmeiras
Onde cantava o sabiá
E as aves que aqui cantam
Vieram partes de lá.
Nosso céu só tem fumaça
Nossas várzeas só capim
Nossos bosques sem mais vidas
Nossa vida teve fim.
Em pensar o que houve a noite
Um desastre singular
Minha terra tinha palmeiras
Onde cantava o sabiá.
Minha terra tinha beleza
Que tais agora só vejo cá
Em pensar o que houve a noite
Menos prazer eu tenho lá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu veja melhorar
Sem que volte às belezas
Que hoje só vejo cá.
Andrei e Olavo
Tramandaí, RS , Abril 2023
Paródia: Canção do exílio
ResponderExcluirMinha terra é sem palmeiras
Onde não mais canta o sabiá
As aves que ali voavam
Não voam mais por lá
Nosso céu não tem estrelas
Além de fumaça no ar
Nossos bosques são sem vida
Vivemos agora sem amar
Em cismar, sozinho à noite,
Só queremos descansar
Minha terra sem Palmeiras
Não mas canta o sabiá
Minha terra tinha amores
Que tais não se podiam encontrar
Em cismar sozinho à noite
Só queremos descansar
Minha terra sem Palmeiras
Não mais canta o sabiá
Não permita Deus que eu morra
Sem antes alguma felicidade encontrar
Sem que eu desfrute dos amores
Que na vida ainda posso achar.
Paródia feita por: Lettycia Gabryelly Costa Soares e Fracyanny Aires Almada Mota.
Poema : Canção do Exílio de: Antônio Gonçalves Dias.
Excelente texto...
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ExcluirAmo o Corinthians
ResponderExcluirFora durilio
ResponderExcluirMeu nome é LAVINIA sou uma criança de 9 anos
ResponderExcluirTHAUUUUUUUUU
Ameis
ResponderExcluirVai crl procedimento
ResponderExcluirVambora quadrilha
ResponderExcluirnois q ta td☯️ 🤟🏻
ResponderExcluirPra cima
Excluirdiretamente do guaruja 55🚴
ResponderExcluirNois que tá no toque✌️
ResponderExcluirSou preto
ResponderExcluirai pretoo
ResponderExcluiroiii ameii
ResponderExcluirParabéns professor Jefferson por nos agraciar com tamanha pesquisa das CANÇÕES, cada uma será muito útil! Elisangela
ResponderExcluiramei. a canção #amoobrasilminhavóadorouospoemas #brasilprafrente
ResponderExcluir....
ResponderExcluirodiei lixo vai tomar no cu
ResponderExcluiroi
ResponderExcluirNOSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
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