"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

sábado, 31 de agosto de 2019

Trilha Sonora (326) - Engenheiros do Hawaii

Somos Quem Podemos Ser
Engenheiros do Hawaii
Compositor: Humberto Gessinger

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Nós
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão

E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Nós
Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Bebi Champanhe na Taça Jules Rimet, por Roberto Abdalla Moura

Bebi Champanhe na Taça Jules Rimet 
Roberto Abdalla Moura


Estádio Azteca — palco de duas finais de Copa do Mundo, 1970 e 1986, a primeira entre Brasil e Itália, a segunda entre Argentina e Alemanha, perenes seleções disputando a primazia de serem campeãs do mundo.

Brasil x Itália — 1970.

Pelé abriu a contagem do jogo para o Brasil, com um bonito gol de cabeça. Quando Boninsegna empatou para a Itália, Zizinho, que estava ao meu lado na arquibancada, perguntou: “Será que dá?”.

Respondi-lhe, todo confiante: “Mestre Ziza, claro que dá. O Brasil tem o melhor ataque do mundo, melhor mesmo que o seu, de 1950. Ademais, tem vencido todos os jogos no segundo tempo, graças ao ótimo preparo físico, adaptação à altitude e exaustão das defesas adversárias”.

Ali estava eu, oftalmologista brasileiro, radicado naquela época nos Estados Unidos e, como todo bom brasileiro, também técnico de futebol nas horas vagas. No fim daquela tarde de 21 de junho de 1970, todos nós comemorávamos o tricampeonato brasileiro em Copas do Mundo, e aquelas imagens seriam as primeiras a serem transmitidas ao vivo, em cores, para todo o planeta, à exceção do Brasil, que não dispunha de tecnologia de decodificação de imagens e, portanto, as exibiria em preto e branco. As imagens guardadas na memória dos brasileiros seriam como as imagens dos sonhos.

Ganhamos em definitivo a posse da taça Jules Rimet, com a figura alada da deusa da Vitória, a mitológica Niké. Eu, único elemento estranho ao futebol, sentado no último banco do ônibus que nos levava de volta à concentração do Brasil, ainda emocionado (e muito) por tudo o que acontecera, sorvi o “líquido das estrelas”, oferecido a mim por nosso excelente capitão Carlos Alberto Torres.

E bebemos, nós todos, o champanhe da vitória, naquela bela taça de puro ouro, em seu pedestal de mármore. Não bastava ser aquela a coroação futebolística, o ápice de tudo para a Seleção, seus componentes e este médico mineiro, que fora apelidado de “péquente” e ouvira a “La golondrina”, música predileta de minha mãe, ser tocada quando da soltura dos balões e pombos, que sobrevoaram o estádio, no momento da entrega da taça pelo presidente do México.

No vestiário, após a cerimônia da entrega da taça, esta sairia escondida em um saco de roupa suja, enquanto uma suposta taça seria escoltada pelos carabineiros mexicanos. É que temíamos que ela fosse novamente roubada, como acontecera na Inglaterra em 1966 — embora tenha sido recuperada uma semana depois, o que fez famoso o cachorro Pickles, quando este, passeando com seu dono em um parque em Londres, farejou um arbusto e localizou ali um embrulho de jornal dentro do qual estava a Jules Rimet.

Ainda no vestiário, recebi, muito emocionado, agradecido e extremamente comovido, a medalha de ouro do jogador Tostão, meu paciente e amigo, e sua camisa do primeiro tempo do jogo final, a qual ele, mineiro precavido que é, preservara para esta oferta, já que seria despido de seu uniforme, ficando apenas de sunga, após o apito final do juiz e a invasão de campo pelos mexicanos, que simplesmente adoravam aquele time de futebol brasileiro. Em minha mente, passavam imagens daquela campanha irretocável e de alguns fatos inusitados que aconteceram durante a Copa de 1970.

Entre elas, destaco três episódios.

O primeiro, em León, quando encontrei o técnico Zagallo após um treino da Seleção, na véspera da inscrição final dos jogadores, e ele me perguntou se Tostão estaria apto a disputar a Copa. Disse-lhe que, medicamente, sim, e perguntei-lhe da importância de Tostão no ataque do Brasil. E ele me respondeu: “Enquanto eu tiver um jogador como Tostão, nunca perderei um jogo para uma seleção que jogue com um líbero. Ele cai para cima dele e o desloca para o lado, para fora da área, abrindo espaço para a penetração e finalização de outros”. Profecia? Não. Entendido do assunto, e muito.
Na volta para a Cidade do México, num carro alugado em León, paramos à beira da estrada para “desaguar” uma cerveja brasileira que havíamos bebido no almoço, com os jogadores e a comissão técnica. O motorista, Pepe, me apontava os arbustos que serviam para a confecção de tequila, e eu lhe dizia que, meses e anos mais tarde, não entenderiam por que aquela particular tequila tinha um gostinho de cerveja brasileira.

O segundo episódio se refere a um fato extraordinário, que aconteceu na véspera do jogo mais difícil, contra a Inglaterra. Cenário: Guadalajara. Horário da partida: meio-dia. Fazia um calor escaldante. O estádio era bom e estava pronto, mas tinha alguns pequenos defeitos. Um deles, o de não haver energia elétrica em um dos vestiários. Gérson, contundido, não jogaria e seria substituído (e bem) por Paulo César Caju. Os defensores ingleses eram considerados os melhores da Copa, a começar pelo brilhante goleiro Banks. A defesa era enigmática como a Esfinge: “Decifra me ou te devoro”.

Na véspera do jogo, à noitinha, os jogadores já recolhidos para o descanso, alguém disse: “Amanhã temos que chegar bem cedo ao estádio, porque existe energia elétrica somente em um dos vestiários, no outro não. Nem poderemos ligar os ventiladores, e o jogo será ao meio-dia. Vamos ocupar o vestiário bem cedo. Tá bem?”.
“Tá!”
Mas um outro perguntou: “E se os ingleses chegarem primeiro?”. Nos entreolhamos, e alguém disse: “Vamos agora”. Assim, quatro mosqueteiros foram de madrugada ao estádio, acordando os seguranças, que, após as explicações necessárias, nos deixaram entrar e ocupar o vestiário ideal, com a bandeira do Brasil e tudo mais. O resultado foi que, com o calor infernal que fazia na hora do jogo, em pleno verão mexicano, o time inglês não pôde descer para os vestiários no intervalo do primeiro para o segundo tempo.

Brasil 1 x 0 Inglaterra.
Dizem que Copa do Mundo se ganha com pequenos pormenores, e nós, orgulhosos, nos sentíamos um pouco vitoriosos também, como nossos jogadores. E que jogada pela esquerda, a do Tostão. Fiquei orgulhoso também por isso. 

O terceiro episódio, que sobressaiu em minha memória, foi o de duas preleções: a da comissão técnica e uma minha, pessoal. A comissão técnica era constituída por Zagallo, Parreira, Cláudio Coutinho e Lídio Toledo. Graças a centenas de fotos de Parreira, nosso observador no jogo da semifinal entre Alemanha e Itália, pôde-se observar exatamente como a Itália se defendia e como atacava. Isso abriu caminho para o gol de Carlos Alberto, pela direita, já que Facchetti acompanhava Jairzinho, em implacável marcação homem a homem. Jairzinho, se deslocando como fora pedido, para o meio campo, no meio da defesa, abriu um corredor pela direita do Brasil, a esquerda da Itália, por onde penetrou e apontou nosso capitão. Um golaço! E Tostão, de costas para o gol, apontando para Pelé, “passe, passe”... O resto é história de

Copa do Mundo. Brasil 4 x 1 Itália.

Minha preleção foi dada a pedido dos jogadores e da direção da delegação. Também ocorreu na antevéspera do jogo final. E explico a razão. Havia, entre os jogadores que quisessem assistir, uma corrente espiritual para dar força positiva na véspera ou na antevéspera dos jogos. Durante a Copa, houve vários oradores para esse encontro espiritual. Inclusive Pelé, se não me engano, foi um deles. Para a final, me pediram para fazê-lo, nesse encontro com os jogadores. Que responsabilidade enorme sobre meus ombros.
Mas fiz o melhor que pude, citando inclusive o padre Antônio Vieira. O resto também é história. Disse-lhes, parafraseando Vieira, que o contrário da luz não é a escuridão, mas sim uma luz mais forte, pois, na escuridão, qualquer luz brilha, por menos intensa que seja. Ao lado de uma luz forte, as luzes menores não são detectadas, como que se apagam. E nossa luz, a da Seleção, seria mais brilhante. E ainda pedimos a Deus pela integridade física de todos os jogadores das duas seleções. Recebi do capitão Carlos Alberto a primeira foto em preto e branco da Seleção tricampeã do mundo, devidamente autografada por todos os jogadores, momentos antes de partirmos para o jantar de confraternização, oferecido pelo presidente mexicano. Agora, contemplo-a de tempos em tempos, relembro que Tostão, Eduardo Gonçalves Andrade, ex-jogador, médico e jornalista emérito, mas principalmente o amigo de ontem, hoje e sempre, participou, e muito bem, do terceiro campeonato mundial de futebol vencido pelo Brasil. Vez por outra, nos encontramos para, como bons mineiros, jogar conversa fora.

(º> Fonte: Tempos Vividos, Sonhados e Perdidos
 - Tostão - Companhia das Letras

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

30 Anos da Morte de Raul Seixas

Hoje 21/08/2019 faz 30 anos que Raul ''Rock' Seixas faleceu. 

(º> Saiba mais:


((( T O C A    R A U L )))










[  Ouça Raul, sempre !!!  ]
\m/
 Entrevista de Raul a Pedro Bial em 1983 

"...  Eu não posso entender
Tanta gente aceitando a mentira..."
- Medo da Chuva

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Negligência x Imprudência x Imprerícia

Negligência, imprudência e imperícia são três institutos presentes em nosso Direito. Apesar de amplamente citados, não são raras as vezes em que geram eles confusão entre si, motivo pelo qual um rápido estudo acerca das diferenças de cada um merece ser visto tanto pelos operadores do Direito quanto por aqueles que não são da área. Os três são tipos de modalidade de culpa, comumente utilizados, por exemplo, em caso de erro médico, acidentes de trânsito ou acidentes com arma de fogo.

Imprudência
A imprudência pressupõe uma ação que foi feita de forma precipitada e sem cautela. O agente toma sua atitude sem a cautela e zelo necessário que se esperava. Significa que sabe fazer a ação da forma correta, mas não toma o devido cuidado para que isso aconteça. O exemplo disso é o motorista devidamente habilitado que ultrapassa um sinal vermelho e, como consequência disso, provoca um acidente de trânsito.

Negligência
Negligência, por outro lado, implica em o agente deixar de fazer algo que sabidamente deveria ter feito, dando causa ao resultado danoso. Significa agir com descuido, desatenção ou indiferença, sem tomar as devidas precauções. Um exemplo é o caso de uma babá que, vendo a criança brincar próximo a uma panela quente, não a afasta, vindo a criança a sofrer um acidente.

Imperícia
Já a imperícia consiste em o agente não saber praticar o ato. Ser imperito para uma determinada tarefa é realizá-la sem ter o conhecimento técnico, teórico ou prático necessário para isso. Um exemplo é o médico clínico geral que pratica cirurgia plástica sem ter o conhecimento necessário, fazendo com que o paciente fique com algum tipo de deformação.

Assim, na imperícia e na imprudência o agente tem uma atitude comissiva, ou seja, de ação. Ele faz alguma coisa. Na imperícia, faz sem ter a habilidade necessária, enquanto que na imprudência faz sem o cuidado devido. Já na negligência a atitude é omissiva, posto que o agente deixa de fazer algo que seguramente deveria fazer.

As diferenças entre os três institutos resultam em graus diferentes de responsabilizações, sejam na esfera cível ou penal. Apesar de pequenas, que facilmente geram confusões, é essencial ao aplicador do Direito saber quando cada uma ocorre, para que a devida responsabilidade, após ser averiguada ao caso concreto, possa ser aplicada.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Quadro de Medalhas do Pan-americano de Lima 2019

O Brasil bateu o recorde de medalhas conquistadas neste Pan. 
Terminou em 2º lugar, algo que não acontecia desde o Pan de São Paulo em 1963.

domingo, 4 de agosto de 2019

O Voo da Libélula


O Voo da Libélula

Autor: Michel Bussi

Editora: Arqueiro – 
340 páginas - 2012

Tradução: Fernanda Abreu


Agraciado com 4 prêmios na França, entre os quais o Prix Maison de la Presse e o Prix du Roman Populaire, O voo da libélula teve seus direitos vendidos para 25 países e ganhará uma adaptação cinematográfica.
Na noite de 23 de dezembro de 1980, um avião cai na fronteira entre a França e a Suíça, deixando apenas uma sobrevivente: uma bebê de 3 meses. Porém, havia duas meninas no voo, e cria-se o embate entre duas famílias, uma rica e uma pobre, pelo reconhecimento da paternidade.
Numa época em que não existiam exames de DNA, o julgamento estende-se por muito tempo, mobilizando todo o país. Seria a menina Lyse-Rose ou Émilie? Mesmo após o veredicto do tribunal, ainda pairam muitas dúvidas sobre o caso, e uma das famílias resolve contratar Crédule Grand-Duc, um detetive particular, para descobrir a verdade.
Dezoito anos depois, destroçado pelo fracasso e no limite entre a loucura e a lucidez, Grand-Duc envia o diário das investigações para a sobrevivente Lylie e decide tirar a própria vida. No momento em que vai puxar o gatilho, o detetive descobre um segredo que muda tudo. Porém, antes que possa revelar a solução do caso, ele é assassinado.
Após ler o diário, Lylie fica transtornada e desaparece, deixando o caderno com seu irmão, que precisará usar toda a sua inteligência para resolver um mistério cheio de camadas e reviravoltas.
Em O voo da libélula, o leitor é guiado pela escrita do detetive enquanto acompanha a angustiada busca de uma garota por sua identidade. [Texto da contracapa do livro]


A trama do livro é muito envolvente. O autor soube contar uma história original, inteligente e cheia de reviravoltas, mistérios e revelações surpreendentes.  Uma história angustiante. O leitor, como é normal em qualquer triller, cria várias suspeitas e formula várias teorias. O autor deixa várias evidências sobre a história da sobrevivente do fatídico acidente, mas, o leitor não sabe se realmente é aquilo que ele está entregando ou que ele está apenas manipulando ou disfarçando as verdades sobre o caso. Sobre a sobrevivente praticamente o leitor sabe o que aconteceu, pois o autor deixa quase às claras isto, um leitor mais atento perceberá, mas sobre o segredo da capa do jornal que ele, 18 anos depois olhando esta capa descobre toda a verdade, que a solução do caso estava todo ali, naquela capa de jornal sobre o acidente, que é o grand-finale, o leitor talvez nem suspeita.  O livro deixa algumas questões em aberto, que poderia ter sido mais bem resolvida. Há algumas coisas que soam bastante inverossímeis também, mas que nada disso atrapalha o desenvolvimento da trama.  Agora, é aguardar pela adaptação cinematográfica e torcer para que ela faça jus à obra literária. Quanto ao apelido de Libélula, Lylie ganhou de uma jornalista em uma matéria do jornal,  por causa de uma música muito tocada à época do acidente.

É um ótimo livro, com um enredo envolvente e bem elaborado e desenvolvido.  Cumpre bem o papel de suspense. O leitor  ansioso quer terminar o mais rápido possível para saber o final desta história. Indispensável, principalmente para quem é fã de romance policial.

Trechos:

-“ Ainda não conseguia acreditar no que estava vendo.  Suas mãos tremiam. Um forte calafrio o percorreu, da nuca à base das costas.
Tinha conseguido!
A solução estava ali, desde o princípio, à espera, sem pressa: era impossível encontrá-la na época, dezoito anos antes. Todo mundo tinha lido aquele jornal, todo mundo o tinha esmiuçado e analisado mil vezes, mas ninguém poderia ter adivinhado, nem em 1980 nem durante todos os anos que haviam se seguido.
A solução saltava aos olhos… com uma condição.
Uma única condição, totalmente absurda.
Abrir aquele jornal dezoito anos depois!” – p. 19

-“Irritada com a lentidão do processo e com a suscetibilidade do juiz Le Drian, Lucile
Moraud mandou publicar em 29 de janeiro, na manchete do L’Est Républicain, uma foto de
página inteira da “milagrosa sobrevivente” dentro de sua gaiola de vidro na ala de pediatria
do hospital onde aguardava havia mais de um mês, em meio à indiferença de todos, e escolheu como subtítulo, em negrito, três estrofes da canção: Ah, libélula, você tem as asas frágeis, E eu, a fuselagem amassada…
A experiente jornalista acertou na mosca. Ninguém mais conseguiu escutar o sucesso de
Charlélie Couture sem pensar na menina, em suas asas frágeis e na fuselagem amassada doavião. Para a França inteira, a órfã das neves passou a ser “Libélula”. O apelido colou. Foi adotado até mesmo por seus parentes. Até mesmo por mim. Que idiota!
Libélula!
Cheguei ao ponto de me interessar por esses insetos disformes, e a gastar uma fortuna para coleciona-los. Quando penso nisso hoje… Todo esse circo por causa de uma jornalista espertinha que soube se aproveitar do sentimentalismo popular.
A polícia, por sua vez, mostrou-se menos dramática. Como não queria citar explicitamente
nenhuma das duas famílias, inventou um acrônimo neutro para se referir ao bebê misturando o início do primeiro nome e o final do segundo. A cruza de Lyse-Rose com Émilie virou Lylie.
Lylie…
O delegado Vatelier foi o primeiro a mencionar o nome diante dos jornalistas.
Ninguém pode negar que foi um belo achado. No final das contas, os policiais bem que
sabiam ser românticos. Assim como o apelido Libélula, o nome Lylie pegou. Como uma
espécie de diminutivo carinhoso.
Nem Lyse-Rose, nem Émilie.
Lylie. Uma quimera, um ser estranho formado de dois corpos.
- págs. 64 e 65

-“Era dia das quartas de final da Copa do Mundo, França x Brasil. Ele não precisou insistir,
pois eu também queria assistir ao jogo e, no fundo, fazer isso na companhia de Marc me
deixava feliz. Nicole concordou que eu levasse o menino para o Pollet enquanto ela ficava na praia com Lylie.
Que noite incrível…
Quando Platini empatou a partida logo antes do intervalo, depois de Stopyra dar um
discreto pisão no goleiro do Brasil, Marc e eu nos abraçamos. O menino apertou com força
minha coxa quando Joël Bats defendeu o pênalti de Zico com a mão trocada a quinze minutos do fim — uma obra-prima. E nós dois gritamos juntos quando o filho da mãe do juiz não deu a falta em Bellone, em plena pequena área, durante a prorrogação. Quando Luis Fernández converteu o último pênalti, saímos juntos à rua e fomos arrastados para uma festa com os vizinhos como eu nunca tinha visto na vida.” – p. 210

O Autor:
Michel Bussi já ganhou 15 prêmios literários e foi finalista de outras 9 premiações, tornando-se um dos mais prestigiados autores policiais franceses. Quando não escreve, atua como professor de geografia na Universidade de Rouen e como comentarista político.

Fica a Dica!

sábado, 3 de agosto de 2019

5 Links - # 282 >>>

Trilha Sonora (325) - Geraldo Azevedo

Dia Branco
Geraldo Azevedo

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar

Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar

E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Se branco ele for
Esse tanto, esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Comigo, comigo