Os cafezais dominam a paisagem: a história da produção agrícola é contada pelo acervo do Museu Histórico Chico Ribeiro (no detalhe) - Foto: Renato Weil |
- por Glória Tupinambás
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Não se assuste se, durante um passeio pelas pacatas ruas de Tupaciguara, uma sirene ecoar pelos quatro cantos da cidade. Por lá, o barulho não é sinal de perigo ou alerta, mas sim o aviso de que uma fornada de pães quentinhos acaba de ficar pronta. “Quem não gosta de saber disso para coar um café na hora?”, indaga André Modesto, dono de uma das treze padarias que adotam o sistema há cinco anos. Outro anúncio comum é o de falecimento de moradores, que sempre é feito pelos carros de som das funerárias, com informações sobre horário e local do velório, do enterro e da missa de sétimo dia. Sejam boas ou más as notícias, a propaganda é a alma do negócio no município. Os moradores, por exemplo, não se cansam de alardear que, nas suas terras, é produzido um dos melhores cafés do mundo.
Tupaciguara integra a região cafeeira que, em 2005, se tornou a primeira do país a obter o selo de indicação de procedência do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Juntamente com outras 54 cidades produtoras do “café do cerrado”, são 4,5 milhões de sacas colhidas a cada ano nos 170 000 hectares de área de cultivo no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Região Noroeste de Minas Gerais. Famoso por seu aroma acentuado, o produto conquistou mercados nos Estados Unidos, Itália, Espanha, Argentina e em países do Oriente. Os interessados em conhecer um pouco mais sobre a história da produção dos grãos finos podem visitar o Museu Histórico Chico Ribeiro, no centro. Moedores antigos, ferramentas agrícolas e outras relíquias compõem o acervo de 1 200 peças. Já quem gosta de curtir a natureza se encanta com as cachoeiras de Tupaciguara. Ao longo do Rio Bonito, há quedas-d’água de até 90 metros de altura, cobiçadas para a prática de rapel.
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