Uma trágica notícia interrompeu a alegria do carnaval de 1916. Na madrugada de 6 de março daquele ano, o transatlântico espanhol Príncipe das Astúrias, vindo de Barcelona com destino final a Buenos Aires, foi a pique no local conhecido como Ponta de Pirabura, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo. O acidente é o maior naufrágio de uma embarcação de passageiros já registrado na costa brasileira. Oficialmente foram 477 mortos.
Transatlântico espanhol naufragou na costa de Ilhabela em 6/3/1916
O navio francês Vega ajudou a resgatar cerca de 55 dos 144 sobreviventes. Oficialmente o transatlântico levava 621 pessoas, entre passageiros e tripulantes. Mas, estudiosos do naufrágio acreditam que o número real de pessoas a bordo era maior. Na época, a Europa vivia a Primeira Guerra Mundial e muitas famílias, em fuga, viajavam ilegalmente para países americanos em busca de melhores condições.
Mistérios e tesouros. O naufrágio do Príncipe das Astúrias guarda até hoje mistérios. Teorias sobre os motivos do seu acidente e sobre tesouros submersos povoam sua história. Há quem diga que o acidente possa ter sido causado por algum torpedo, afinal eram tempos de guerra. Outros dizem que não houve nada de acidental no ocorrido, que o naufrágio foi premeditado para esconder o roubo de uma carga de moedas de ouro que tinha como destino Buenos Aires. Algumas histórias falam de riquezas ocultas no fundo do mar. As expedições conduzidas onde estão os destroços do navio não encontraram nenhum baú cheio de ouro e jóias, mas recuperam estátuas de bronze, presentes da Espanha em homenagem à independência da Argentina. O local tornou-se um dos mais conhecidos pontos de mergulho do Brasil.
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