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"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês
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domingo, 31 de dezembro de 2017
sábado, 30 de dezembro de 2017
Brasil: Cazuza, Renato Russo e a Transição Democrática
Brasil - Cazuza,
Renato Russo
e a Transição
Democrática
Autor:
Mario Luís Grangeia
Editora: Civilização Brasileira
2016 – 176 páginas
Neste livro, o autor Mario Luis Grangeia, traça um paralelo entre a política e a música de Cazuza e Renato Russo durante a ditadura militar, e a transição para a democracia, com as eleições diretas em 1985. O autor analisa as obras, os anseios, os ideais e as declarações destes dois poetas do rock nacional, da década de 1980, que transformaram e incitaram à época do regime militar para a escolha novamente democrática de um presidente da república. Ao trazer a análise do repertório dos dois músicos, Grangeia nos mostra a importância que tiveram na formação da juventude brasileira desta década importante no Brasil, tanto politica quanto culturalmente. Russo e Cazuza viveram este período conturbado no Brasil e souberam transformá-lo em músicas e influenciaram uma geração com seus questionamentos, reflexões e ideais. A obra tem um texto muito fluente, permeadas por frases e trechos de letras das músicas destes dois grandes artistas. E estas são letras que parecem que foram feitas recentemente, pois são muito atuais. Eles realmente eram compositores atemporais.
Muito bom o livro, interessante pra quem gosta de história política e seus desdobramentos nesta década marcante, do rock nacional da década de 1980, da Legião Urbana e de Cazuza. Recomendadíssimo.
O livro se divide em 7 capítulos: 1) O Tenor , o barítono e a democracia desafinada; 2) Autoritarismo: aversão ao regime militar; 3)Patriotismo: exaltação e indignação convivem; 4) Ideologia: oscilação da esperança ao desencanto; 5) Desigualdades: renda concentrada e outras disparidades; 6) Orientação sexual: homossexualidade sem tabu. 7) Crônicas do Brasil de ontem e hoje.
Além do posfácio, agradecimentos, uma linha do tempo com acontecimentos selecionados das vidas de Cazuza e Renato Russo (Histórias Cruzadas), bibliografia e discografia.
Trechos:
- “O LP de estreia Legião Urbana (1985) abria com “Será”, que fez sucesso ao vocalizar dilemas românticos e políticos meses após o Congresso Nacional ouvir, mas não escutar, o clamor das ruas pela eleição presidencial direta. “Não é me dominando assim/ Que você vai me entender.” Na noite de 15 de janeiro, dias após aquele lançamento, Cazuza fechou o primeiro show do Barão no Rock in Rio, mostrando-se esperançoso com a eleição indireta de Tancredo Neves.” – p. 20
- “Na carreira solo, Cazuza explorou outros ritmos além do rock e do blues, como a bossa nova e o samba, e gravou seis discos— incluindo um ao vivo, um duplo e um póstumo. Em 1989, foi o primeiro artista brasileiro a revelar que tinha aids, que o levaria à morte no ano seguinte. Segundo Lucinha Araújo conta em Cazuza: Só as mães são felizes, ele gravou 126 letras de sua própria autoria, teve 34 registradas por outras vozes e deixou mais de 60 inéditas. Em 1990, sua mãe criou a Sociedade Viva Cazuza, para o apoio a crianças e jovens com o vírus HIV.” – p. 21
- “Entre a composição de “Faroeste caboclo” (1979) e sua gravação (1987), o interlocutor de João de Santo Cristo no Planalto mudara de Figueiredo para Sarney sem ter sido Tancredo e o sofrimento de “toda essa gente” só piorava: a estagnação econômica e a alta inflação geraram perdas absolutas de renda entre todos, menos nos 10% mais ricos. Somando nove minutos nada comuns no 23 meio radiofônico, os 157 versos narravam os descaminhos da saga de João de Santo Cristo, que não atingiu a meta de vocalizar o sofrimento popular em Brasília. O mesmo não se pode dizer do compositor, que desde cedo cantou não apenas por si.” P. 24
-“ Quando a guerra fria ainda cindia o mundo entre capitalistas e socialistas, Cazuza defendeu o socialismo ao ser perguntado no suplemento Ipanema de O Globo, sobre qual seria o caminho revolucionário: ‘O socialismo é o único rumo para melhorar um país subdesenvolvido. O comunismo é ditatorial, mas o socialismo permite rever todos os valores, redistribuir a renda, fazer a reforma afrária, coisas que deveriam ter sido feitas cem anos atás.” – p. 80
-“ ‘Até bem pouco tempo atrás, a gente realmente acreditava que poderia mudar alguma coisa’, disse Renato às vésperas da eleição de 1989 para o jornal A Tarde. ‘Depois percebemos que não ia dar mais para mudar, mas continuamos acreditando. E passou certo tempo – eu pelo menos senti isso – em que as pessoas aqui do Brasil, principalmente depois do plano Cruzado, ficaram descrentes de tudo. Está assim atualmente: elas deixam as coisas irem sem convicção. Mesmo estas eleições presidenciais estão assim: todo mundo está querendo acreditar, mas ninguém acredita muito.’” p. 84
- “ A identidade brasileira teve na música popular a expressão artística mais decisiva paa sua formação no século XX. ‘Mais completa, mais totalmente nacional, mais forte criação da nossa raça até agora’, definiu a música popular o escritor Mário de Andrade em 1928, numa descrição que continuaria válida nas décadas seguintes, a julgar pela relevância de estilos como samba-canção, a bossa nova, a tropicália e o rock.’” – p.123
- “Pela força de suas obras, Cazuza e Renato foram aclamados porta-vozes de sua geração. Em artigos editados junto a seus obituários no Jornal do Brasil, o crítico Tárik de Souza via em Cazuza o ‘locutor impune da indignação no país dos sequestros’ e em Renato a ‘genialidade poética de fio terra da raça e parabólica de geração. Como poucos, eles refletiram dilemas do indivíduo e da sociedade em seu tempo e dividiram, com tantos, ideias com que muitos se identificaram.” – p. 148
***
“Uma contribuição do livro é o realce à faceta cronista dos dois cantores.” - Grangeia
O Autor:
Mario Luis Grangeia é jornalista e doutorando em Sociologia pela UFRJ. Foi repórter de EXAME e O GLOBO, colaborou para revistas VEJA e BRAVO! E atualmente é assessor do Ministério Público Federal.
Obs.: O valor recebido pelo autor com este livro será destinado à Sociedade Viva Cazuza.
Fica a Dica!
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Poesia a Qualquer Hora (302) - Anderson Braga Horta
A Casa de meu Pai tem muitas moradas.
O universo é meu lar.
Não conheço fronteiras.
Pequeno verme num pomar de estrelas,
deu-me o pai infinitas vidas
para em todas ardê-las.
No seio de meu Pai estou, mesmo na queda.
Sem desespero encaro
minha pobre verdade.
E sei, por este mesmo anseio de alto,
que — além da eternidade —
me espera a eternidade.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Dois Velhinhos por Dalton Trevisan
Dois Velhinhos
Dalton Trevisan
Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.
Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:
— Um cachorro ergue a perninha no poste.
Mais tarde:
— Uma menina de vestido branco pulando corda.
Ou ainda:
— Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.
Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.
*
Texto extraído do livro “Mistérios de Curitiba”,
Editora Record — Rio de Janeiro, 1979, pág. 110.
(º> Via: Conto Brasileiro >>>
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
Frase para a Semana
“A dúvida é o preço da pureza
e é inútil ter certeza.”
Humberto Gessinger
(Porto Alegre, 24 de dezembro de 1963)
É vocalista, baixista, pianista e guitarrista
brasileiro, da banda Engenheiros do Hawaii.
domingo, 24 de dezembro de 2017
sábado, 23 de dezembro de 2017
Trilha Sonora (295) - Kell Smith
Era uma Vez
Kell Smith
Era uma vez
O dia em que todo dia era bom
Delicioso gosto e o bom gosto das nuvens
Serem feitas de algodão
Dava pra ser herói no mesmo dia
Em que escolhia ser vilão
E acabava tudo em lanche
Um banho quente e talvez um arranhão
Dava pra ver, a ingenuidade a inocência
Cantando no tom
Milhões de mundos e os universos tão reais
Quanto a nossa imaginação
Bastava um colo, um carinho
E o remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupação
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar na felicidade real
E entender que ela mora no caminho e não no final
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
Era uma vez
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
As 10 Regras do Silêncio
10 Regras do Silêncio
01 – Devemos ficar em silêncio se não tivermos nada de válido a dizer.
02 – Devemos ficar em silêncio depois de termos dito educadamente o que pretendíamos.
03 – Devemos ficar em silêncio até chegar à nossa hora de falar.
04 – Devemos ficar em silêncio quando nos provocam.
05 – Devemos aprender no silêncio a escutar a voz de Deus.
06 – Devemos ficar em silêncio quando a ira nos toma.
07 – Devemos ficar em silêncio quando nos falam, para que fique na nossa mente o que nos é dito.
08 – Devemos ficar em silêncio quando nos sentimos tentados a falar mal de alguém.
09 – Devemos ficar calados quando nos sentimos tentados a ferir com palavras ou a criticar negativamente.
10 – Devemos ficar em silêncio o tempo suficiente para pensarmos, antes de darmos uma resposta.
(Autor Desconhecido)
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Frase para a Semana
“Não necessariamente aquilo
que é real e aquilo que é verdade
são a mesmíssima coisa.”
Salman Rushdie
Bombaim, 19 de Junho de 1947
É um ensaísta e autor de ficção britânico de origem indiana.
domingo, 17 de dezembro de 2017
sábado, 16 de dezembro de 2017
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Poesia a Qualquer Hora (301) - Fernando Couto
Vieram criticar
Que Minas não tem mar
Pro mineiro tanto faz
Se Minas não tem mar
O mar não tem Minas Gerais
Me disseram que quando o mar
Fica agitado demais
E aquele barulho que a onda faz
É o mar chorando
Implorando, pedindo
Pra banhar Minas Gerais
Mar, não chores mais
Só eu sei o quanto é triste, mar
Ficar longe de Minas Gerais
Fernando Couto
[ Saiba + ]
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Independiente é o Campeão da Copa Sul-americana 2017
O Independiente conquistou seu segundo título da
Copa Sul-americana ao empatar com o Flamengo, por 1x1.
<<< Tabela à partir das Quartas de Final >>>
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Frase para a Semana
“Que ingenuidade pedir a quem
tem poder para mudar o poder.”
Giordano Bruno
(Nola, Reino de Nápoles, 1548 - Roma,
Campo de Fiori, 17 de fevereiro de 1600)
Foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano
condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana com a
acusação de heresia ao defender erros teológicos.
domingo, 10 de dezembro de 2017
sábado, 9 de dezembro de 2017
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