Sempre a mesma
"De onde vens, disseste, essa tristeza estranha,
subindo como o mar a rocha negra e nua?"
– Quando nosso coração fez uma vez sua colheita,
Viver é um mal! É um segredo que todos conhecem,
Uma dor muito simples e não misteriosa
E, como sua alegria, brilha para todos.
Pare de procurar, ó bela curiosa!
E, embora tua voz seja suave, cala-te!
Cala-te, ignorante! Alma sempre feliz!
Boca de riso infantil! Mais que a Vida,
A Morte nos prende por laços sutis.
Deixa, deixa meu coração se embebedar com uma mentira,
Mergulhar em seus belos olhos como em um lindo sonho,
E dormir longamente à sombra de teus cílios!
Charles Baudeleire
Tradução de: Thereza Christina Rocque da Motta
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