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"Julgam que eu me ponho assim porque eles mentem? Tolice! Eu
gosto que eles mintam! A mentira é o único privilégio do
homem sobretodos os outros animais. Vai mentindo...
que depois hás de atingir a verdade! É precisamente por ser
que depois hás de atingir a verdade! É precisamente por ser
homem que eu minto.
Nem uma só verdade poderia alcançar se antes não mentisse
Nem uma só verdade poderia alcançar se antes não mentisse
catorze vezes, e até cento e catorze vezes, o que representa
uma honra sui generis; simplesmente, nós nem sequer sabemos
mentir com inteligência! Tu me mentes, mas mentes-me de
uma maneira especial, e eu ainda por cima te dou um
abraço. Mentir com graça, de uma maneira pessoal, é quase melhor
abraço. Mentir com graça, de uma maneira pessoal, é quase melhor
que dizer a verdade à maneira de toda a gente; no primeiro
caso é-se um homem e, no segundo, não se é mais
do que um papagaio! A verdade não anda depressa, mas, à vida,
do que um papagaio! A verdade não anda depressa, mas, à vida,
podemos fazê-la correr; há exemplos disso."
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Fiódor Dostoiévski, em Crime e Castigo.
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