Trens Urbanos
Não são como os ratos
ou os vira-latas.
Nunca desviam,
os trens.
Este sempre acompanha
o rio morto vivo.
Aqui dentro, uns lutam pra dormir,
outros, pra acordar.
Uns achando que a vida
é preparação pra morte.
Outros, que a morte
é o motor da vida.
Outros não acham nada.
Sobrevivem.
Os meus botões pensam:
morte em vida é que é problema.
Cocteau pensava além: a vida
é uma queda na horizontal.
O trem para. A porta se abre.
Na falta,
qualquer rua, pra mim,
é rio.
Ruy Proença
Nenhum comentário:
Postar um comentário