"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

domingo, 18 de setembro de 2016

Eu Sou Malala

Eu Sou Malala

A história da garota que defendeu 
o direito à educação e foi baleada 
pelo Talibã

Malala Yousafzai e Christina Lamb

Editora: Companhia das Letras

344 páginas

Tradução: Caroline Chang, Denise
Bottman, George Schlesinger e 
Luciano Vieira Machado.



Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz[Texto da contracapa do livro]

//////////
A paquistanesa Malala ficou conhecida ao mundo numa terça-feira, 9 de outubro de 2012, quando foi baleada quando voltava da escola, só porque queria estudar, só porque defendia a condição feminina no Islamismo Fundamentalista, só porque defendia - o direito dela e das demais meninas de seu país, - de estudar. Com o regime Talibã, somente homens tinham este direito, mas ela não se calou e defendeu que meninas também tinham este direito, e quase pagou com sua própria vida. Ela é um símbolo de luta por esta causa nobre.

Como é admirável pessoas como Malala, que nos inspiram a querer modificar o mundo, para torná-lo melhor.

O livro tem uma linguagem direta, simples e confessional, e acompanha a história desta garota do Vale do Swat no Paquistão, desde quando nasceu, quando nota-se o enorme descaso com que a sociedade em que vivia tratava as mulheres. Quando um menino nascia, todos comemoravam, porém, quando Malala nasceu, poucos foram a visitar. A história segue seus primeiros anos como estudante e as dificuldades de viver em uma região marcada pela desigualdade social. Mas Malala nasceu em uma família privilegiada, seu pai Ziaudhin, - que tinha uma escola particular- , era um homem culto, revolucionário e um pai exemplar, que comemorou sim, o nascimento de sua filha e a educou para ser livre. Seu pai lhe deu este nome em homenagem a Malalai de Maiward, a maior heroína do Afeganistão, que lutou contra a Grã-Bretanha em 1880.

Malala pertence aos Pachtuns, povo que habita o Paquistão e o Afeganistão, sendo que o valor mais importante para eles é a honra. 

“Sem honra o mundo não vale nada” – Ditado Pachtun 


O livro foi escrito em parceria
com a jornalista Christina Lamb.

E aos 16 anos Malala se tornou um símbolo global, um ícone de protesto pacífico na luta pela educação, e, entrou para história como a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz. Malala Yousafzai ganhou o Prêmio, juntamente com o indiano Kailash Satyarthi em 2014. 


"A educação é o caminho para salvar vidas, construir a paz e fortalecer os jovens. Essa é a lição que Malala e outros milhões como ela estão tentando ensinar ao mundo." - Ban Ki-moon

Trechos:
- “Venho de um país criado à meia-noite. Quando quase morri, era meio-dia. Há um ano saí de casa para ir à escola e nunca mais voltei. Levei um tiro de um dos homens do Talibã e mergulhei no inconsciente do Paquistão. Algumas pessoas dizem que não porei mais os pés em meu país, mas acredito firmemente que retornarei. Ser arrancada de uma nação que se ama é algo que não se deseja a ninguém.” – Prólogo – p. 11

- “No dia em que nasci, as pessoas da nossa aldeia tiveram pena de minha mãe, e ninguém deu os parabéns a meu pai. Vim ao mundo durante a madrugada, quando a última estrela se apaga. Nós, pachtuns, consideramos esse um sinal auspicioso. Meu pai não tinha dinheiro para o hospital ou para uma parteira; então uma vizinha ajudou minha mãe. O primeiro bebê de meus pais foi natimorto, mas eu vim ao mundo chorando e dando pontapés. Nasci menina num lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de cortinas, sendo seu papel na vida apenas fazer comida e procriar.
Para a maioria dos pachtuns, o dia em que nasce uma menina é considerado sombrio. O primo de meu pai, Jehan Sher Khan Yousafzai, foi um dos poucos a nos visitar para celebrar meu nascimento e até mesmo nos deu uma boa soma em dinheiro. Levou uma grande árvore genealógica que remontava até meu trisavô, e que mostrava apenas as linhas de descendência masculina. Meu pai, Ziauddin, é diferente da maior parte dos homens pachtuns. Pegou a árvore e riscou uma linha a partir de seu nome, no formato de um pirulito. Ao fim da linha escreveu 'Malala'.
O primo riu, atônito. Meu pai não se importou. Disse que olhou nos meus olhos assim que nasci e se apaixonou. Comentou com as pessoas: “Sei que há algo diferente nessa criança”. Também pediu aos amigos para jogar frutas secas, doces e moedas em meu berço, algo reservado somente aos meninos.” - P. 21

- “A gentileza só pode ser retribuída com gentileza e não deve ser paga com um simples ‘obrigado’.” – p. 82

- “Meu pai costumava dizer que o povo do Swat e os professores haveriam de continuar a educar seus filhos enquanto a última sala, o último professor e o último aluno estivessem vivos. Meus pais nunca me aconselharam a abandonar a escola. Nunca. Embora amássemos estudar, só nos demos conta de quanto a educação é importante quando o Talibã tentou nos roubar esse direito. Frequentar a escola, ler, fazer nossos deveres de casa não era apenas um modo de passar o tempo. Era nosso futuro.” – p. 156

- “O Talibã é contra a educação porque pensa que quando uma criança lê livros ou aprende inglês ou estuda ciência ele ou ela vai se ocidentalizar. Mas eu disse: “Educação é educação. Deveríamos aprender tudo e então escolher qual caminho seguir”. Educação não é oriental nem ocidental, é humana.” – p. 172

- “Alguém me deu um exemplar de 'O alquimista', de Paulo Coelho, uma fábula sobre um jovem pastor que viaja às pirâmides do Egito em busca de um tesouro — que o tempo todo estivera em sua casa. Adorei o livro, e o li várias vezes. 'Quando você quer alguma coisa, todo o Universo conspira para a realização de seu desejo', escreve o autor. Penso que ele não conhece nem o Talibã, nem nossos ineficazes políticos.” – p. 175

- “Sempre fui uma menina feliz. Meu pai vangloriava-se de minha ‘risada celestial’. Agora se lamentava com minha mãe: ‘Aquele lindo rosto simétrico, aquele rosto resplandecente, se foi; Malala perdeu o sorriso e a risada. Os talibãs são muito cruéis. Arrancaram o sorriso dela’. E acrescentou: ‘Pode-se dar a alguém olhos ou pulmões, mas não se pode restaurar um sorriso’.” - p. 305

- “Usei um dos xales brancos de Benazir Bhutto sobre meu shalwar kamiz predileto, e conclamei os líderes mundiais a prover educação gratuita para todas as crianças do mundo. 'Que possamos pegar nossos livros e canetas', eu disse. 'São as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.'Só fiquei sabendo como meu discurso foi recebido quando a audiência me aplaudiu de pé. Minha mãe estava em lágrimas e meu pai disse que eu tinha me tornado a filha de todo mundo.” – p. 324

Um excelente livro, que nos faz refletir e pensar sobre uma cultura totalmente diferente da nossa. Foi uma incrível leitura, emocionante e tocante, que nos mostra como podemos ajudar a fazer um mundo melhor, sem preconceitos e injustiças.


::: Veja Documentário sobre Malala e o Paquistão :::


Fica a Dica!

Nenhum comentário:

Postar um comentário