"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Livros indicados por Renato Russo

Hoje 20 anos que Renato Russo nos deixou.
Suas canções tinham várias referências literárias
e como gostava de fazer várias anotações, ele
deixou duas cartas (que foram divulgadas 
há 10 anos) com indicações de livros e autores.

Abaixo as duas cartas: 
 
 
Livros e autores indicados nas cartas:

Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas, de Robert Pirsig 
Zen e a arte de manutenção das motocicletas relata a busca do equilíbrio e da unidade frente às tensões e pressões do mundo contemporâneo. Atravessando de moto as planícies americanas, com seu filho na garupa, o narrador refaz toda a sua trajetória de vida e de seu relacionamento com a figura fantasmagórica de Fedro. O final é tão inesperado quanto extraordinário.


A Montanha Mágica, de Thomas Mann
Este é o mais importante livro de Thomas Mann e foi, provavelmente, decisivo para ser agraciado, em 1929, com o Premio Nobel da Literatura. História mágica ou filosófica, romance histórico ou de formação, narrativa sobre o tempo ou viagem interior de um jovem alemão honrado e ávido de experiências, este romance envolve e enreda o leitor em teias mágicas que não mais o libertarão, entre a sátira e a seriedade, o humor e a ironia, a luz e o niilismo, numa sinfonia contra pontística em que liberalismo e conservadorismo, decadência e sublimação, doença e saúde, espírito e natureza, morte e vida, honra e volúpia se sucedem num torvelinho que só a Primeira Guerra Mundial conseguirá dissipar. Quando as fundações da Terra e da montanha mágica começam a tremer, quando o mundo hermético feito de tédio, torpor e exasperação começa a abalar, por ação do trovão e do enxofre, das baionetas e dos canhões, é que o arganaz adormecido esfrega os olhos e começa a endireitar-se, saindo da sua tenaz hibernação, expulso do seu reino e dos seus sonhos, salvo e liberto, depois de quebrado tão longo e mágico encanto.
Admirável Mundo Novode Aldous Huxley 
O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (precondicionados) têm comportamentos (preestabelecidos) e ocupam lugares (predeterminados) na sociedade: os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime.
Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, "Admirável Mundo Novo" é um dos livros mais influentes do século 20.
Histórias de Fadasde Oscar Wilde 
Oscar Wilde publicou, em 1888, os contos que escreveu para seus próprios filhos, inclusive “The Happy Prince”, reunidos no volume intitulado "The Fairy Stories". Nestes contos, Wilde não estava preocupado apenas em falar-lhes de gigantes, príncipes e rouxinóis; sua intenção era, sobretudo, mostrar-lhes e também aos adultos, a realidade da vida e como deveria ela ser vivida.  Wilde desnuda, em linguagem trivial mas rica de detalhes, uma realidade social contraditória, cercada de feiura e miséria material e espiritual por todos os lados. Ao mesmo tempo, o poeta celebra o poder do amor como poder maior, único capaz de se sobrepor aos poderes do bem e do mal.
A esse respeito, inclusive, é possível fazer uma leitura do implícito e resgatar nas fendas abertas pelo autor, um posicionamento coerente com a realidade vivida por ele e que, entretanto, paira fora do ponto central do conteúdo explícito do conto.
A Revolução dos Bichos, de George Orwell 
Cansados da exploração a que são submetidos pelos humanos, os animais da Granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instituir um sistema cooperativo e igualitário, sob o slogan "Quatro pernas bom, duas pernas ruim".
Mas não demora muito para que alguns bichos - em mais particular os mais inteligentes, os porcos - voltem a usufruir de privilégios, reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema "Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros". A história da insurreição libertária dos animais é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados a força.
Instrumentalizada na época da Guerra Fria como arma anticomunista. A revolução dos bichos transcende os marcos históricos da ditadura stalinista que a inspirou e resplandece hoje,passados mais de sessenta anos de seu surgimento, como uma das mais extraordinárias fábulas sobre o poder que a literatura já produziu.

Capitães de Areia, de Jorge Amado 
Capitães da Areia, a história crua e comovente de meninos pobres que moram num trapiche em Salvador e clássico absoluto dos livros sobre a infância abandonada, assombrou e encantou várias gerações de leitores e permanece hoje tão atual quanto na época em que foi escrito.

Encontro Marcado, de Fernando Sabino
Um jovem escritor, Eduardo Marciano, está em procura de si mesmo e da verdadeira razão de sua vida. Quase absorvido por uma brilhante boêmia intelectual, seu drama interior evolui subterraneamente, expondo os equívocos fundamentais que vinham frustrando sua existência e sufocando sua vocação. Ele vê seu matrimônio quebrar-se quando já não pode abdicar; por força de sua própria experiência, o suicídio deixa de ser uma solução. Nessa paisagem atormentada, ele deve renunciar a si mesmo, para comparecer ao encontro com uma antiga verdade.


O Apanhador no Campo de Centeiode J.D. Salinger 
O Apanhador no Campo de Centeio narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventude e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.
Discurso da Servidão Voluntária, de Etienne de la Boétie 
'Discurso da servidão voluntária' -, em que afirma que é possível resistir à opressão sem recorrer à violência - a tirania se destrói sozinha quando os indivíduos se recusam a consentir com sua própria escravidão. Como a autoridade constrói seu poder principalmente com a obediência consentida dos oprimidos, uma estratégia de resistência sem violência é possível, organizando coletivamente a recusa de obedecer ou colaborar. Foi com essa ideia que se construíram inúmeras lutas de desobediência civil no século XX, e a mesma ideia levou, entre outros motivos, à queda pacífica de muitas ditaduras.
O Senhor dos Anéis , de J. R. R. Tolkien
É impossível transmitir ao novo leitor todas as qualidades e o alcance do livro. Alternadamente cômica, singela, épica, monstruosa e diabólica, a narrativa desenvolve-se em meio a inúmeras mudanças de cenários e de personagens, num mundo imaginário absolutamente convincente em seus detalhes. Nas palavras do romancista Richard Hughes, "quanto à amplitude imaginativa, a obra praticamente não tem paralelos e é quase igualmente notável na sua vividez e na habilidade narrativa, que mantêm o leitor preso página após página". Tolkien criou em O Senhor dos Anéis uma nova mitologia num mundo inventado que demonstrou possuir um poder de atração atemporal.
Siddharta, de Herman Hesse
Sidarta, uma reflexão sobre a busca da sabedoria, é um romance lírico, baseado na juventude do Buda. Assim como outras criações de Herman Hesse, este livro foi fruto de uma viagem à Índia em 1911 e publicado onze anos depois, em 1922. Sidarta é um espírito rebelde, que seguiu os ensinamentos de Buda, mantendo-se fiel à sua própria alma.



Demian, de Herman Hesse  
Emil Sinclair é um jovem atormentado pela falta de respostas às suas questões sobre o mundo. Ao conhecer Max Demian, um colega de classe precoce e carismático, Sinclair se rebela contra a convenções de seu tempo e embarca em uma jornada de descobertas. Publicado originalmente em 1919, considerado um divisor de águas na trajetória de Hermann Hesse, reflete os questionamentos do escritor alemão acerca da humanidade, com suas contradições e dualidades. Influenciado pelas ideias de Carl Jung, fundador da psicologia analítica, Hesse descreve o processo de busca do indivíduo pela realização interior e pelo autoconhecimento.

Narciso e Goldmund, de Herman Hesse

A história se origina em um convento situado em algum lugar da Europa Central. Narciso é um noviço de inteligência brilhante, racional e contido. Goldmund é um jovem aluno do convento de intensa beleza física e profundas inquietações existenciais. Estes dois opostos são atraídos quase que magneticamente e passam a representar os arquétipos de Apolo e Dionísio, de Vishnu e Shiva no contexto do romance. O enriquecimento mútuo que resulta destes diálogos encerra uma lição ainda atual para um mundo que permanece dividido entre fundamentalismos diversos.

O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
Temos a história de Harry Haller, um outsider, um misantropo de cinqüenta anos, alcoólatra e intelectualizado, angustiado e que não vê saída para sua tormentosa condição, autodenominando-se “lobo da estepe”. Mas alguns incidentes inesperados e fantásticos o conduzem lenta porém decisivamente ao despertar de seu longo sono: conhece Hermínia, Maria e o músico Pablo. E então a história se desenvolve, guiando-nos num êxtase febril ao seu surpreendente desenlace final.


Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
O homem sempre sentiu medo, sobretudo daquilo que não pode entender,do incerto e — porque não dizer — do proibido. Talvez por isso o horror tenha algo que nos afaste, mas que também nos atraia e nos deixe fascinados. E foi desbravando essa estranha e ambígua sensação que o contista, crítico e poeta norte-americano Edgar Allan Poe se consagrou como um dos mestres do gênero do terror e o pai da literatura policial. Ler as histórias de Edgar Allan Poe nos faz regressar aos tempos de infância, em que os maiores medos despertavam o horror, mas também deixavam um estranho desejo de sentir o corpo arrepiar, só mais uma vez. Uma experiência inigualável.
Fundação, de Isaac Asimov
Fundação’, ‘Fundação e Império’ e ‘Segunda fundação’. A trilogia conta a história da humanidade, em um ponto distante no futuro, no qual o visionário cientista Hari Seldon prevê a destruição total do império humano e de todo o conhecimento acumulado por milênios. Incapaz de impedir a tragédia, ele arquiteta um plano ousado, no qual é possível reconstruir a glória dos homens. Se tudo correr como planejado.



1984, de George Orwell
Romance distópico clássico do autor britânico George Orwell. Terminado de escrever no ano de 1948 e publicado em 8 de Junho de 1949, retrata o cotidiano de um regime político totalitário de modelo comunista. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela.O romance tornou-se famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um regime coletivista-socialista na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como "Big Brother", "duplipensar" e "Novilíngua" entraram no vernáculo popular. O termo "Orwelliano" surgiu para se referir a qualquer reminiscência do regime ficcional do livro. O romance é geralmente considerado como a magnum opus de Orwell.
Outros autores que Renato cita:
Júlio Verne
Fernando Pessoa
Carlos Drummond de Andrade
Colin Wilson



Outros livros:

O Vampiro Lestat, de Anne Rice














Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva













Boa Leitura !
Fontes das Sinopses dos livros: Skoob >>> e Livraria Cultura >>>

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