Morte, Não te Orgulhes
Morte, não te orgulhes,
embora alguns te provem Poderosa,
temível, pois não és assim.
Pobre morte: não poderás matar-me a mim,
E os que presumes que derrubaste, não morrem.
Se tuas imagens, sono e repouso, nos podem dar prazer,
quem sabe mais nos darás?
Enfim, descansar corpos, liberar almas, é ruim?
Por isso, cedo os melhores homens te escolhem.
És escrava do fado, de reis, do suicida;
Com guerras, veneno, doença hás de conviver;
Ópios e mágicas também têm teu poder de fazer dormir.
E te inflas envaidecida?
Após curto sono, acorda eterno o que jaz,
E a morte já não é;
morte, tu morrerás.
John Donne
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