Hoje, 100 anos do nascimento, de um dos maiores e mais polêmico
dos dramaturgos brasileiros: Nélson Rodrigues, o politicamente
incorreto e apelidado de "O Anjo Pornográfico".
dos dramaturgos brasileiros: Nélson Rodrigues, o politicamente
incorreto e apelidado de "O Anjo Pornográfico".
Gênio ou louco? Tarado ou santo? Reacionário ou revolucionário?
Nenhum outro escritor brasileiro foi tão polêmico em seu tempo.
Nélson Rodrigues nasceu em 23 de Agosto de 1912, em Recife (PE).
Nelson Rodrigues foi o mais revolucionário personagem do teatro brasileiro,
abrindo as portas à moderna dramaturgia do país. Percorreu, contudo, um
árduo itinerário, marcado pelas tragédias familiares e pela crítica contraditória.
Desde seu primeiro texto, A Mulher Sem Pecado (1942), foi considerado
ao mesmo tempo um imoral e um moralista, reacionário e pornográfico,
um gênio e um charlatão, escandalizando, como nunca, o público e
a imprensa especializada da época com seu teatro desagradável.
Explorando a vida cotidiana do subúrbio do Rio de Janeiro, preencheu
os palcos com incestos, crimes, suicídios, personagens beirando a
loucura, inflamadas de desejos e agindo apaixonadamente, até matando,
e diálogos rápidos, diretos, quase telegráficos, carregados de tragédia
e humor. Quando lançou Vestido de Noiva (1943), montado pelo
grupo Os Comediantes, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro,
renovou o teatro do país, quer pelo texto quer pela direção
de Ziembinsky, e obteve sucesso. Nos anos seguintes, no entanto,
teve suas peças interditadas pela censura, passou a ser sinônimo
de obsceno e tarado e ficou conhecido como autor maldito. Nascido
à beira-mar no Recife, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro,
para o pai tentar a vida como jornalista, em 1916. Foi o filho, no
entanto, que brilhou na profissão. Aos 13 anos já era repórter policial
do jornal A Crítica. Seu talento estendeu-se a todos os grandes
jornais do Rio. Fanático torcedor do Fluminense, foi um grande cronista
esportivo, ao mesmo tempo que escrevia reportagens policiais e
folhetins romanescos. Obsessivo, escreveu 17 peças, centenas
de contos e nove romances. Entre as peças, destacam-se
A Falecida (1953), Os Sete Gatinhos (1958), Boca de Ouro (1959),
Beijo no Asfalto (1960) eToda Nudez Será Castigada (1965).
[ Texto origem: UOL Educação.]
Teatro
Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais.
Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo
critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo
com suas características, dividindo-as em três grupos:
Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas.
Peças psicológicas
A mulher sem pecado / Vestido de noiva / Valsa nº 6 /
Viúva, porém honesta / Anti-Nélson Rodrigues
Peças míticas
Álbum de família / Anjo negro / Senhora dos Afogados /Doroteia
Tragédias Cariocas I
A falecida / Perdoa-me por me traíres /
Os Sete Gatinhos / Boca de ouro
Tragédias Cariocas II
O beijo no asfalto / Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende /
Toda Nudez Será Castigada / A serpente
Romances
Meu destino é pecar / Escravas do amor / Minha vida /
Núpcias de fogo / A mulher que amou demais / O homem proibido /
A mentira / O casamento /
Asfalto selvagem (também conhecido como Engraçadinha)
Contos
Cem contos escolhidos - A vida como ela é...
Elas gostam de apanhar
A vida como ela é — O homem fiel e outros contos
A dama do lotação e outros contos e crônicas
A coroa de orquídeas
Crônicas
Memórias de Nélson Rodrigues / O óbvio ululante: primeiras confissões /
A cabra vadia / O reacionário: memórias e confissões /
Fla-Flu...e as multidões despertaram / O remador de Ben-Hur /
A cabra vadia - Novas Confissões /
A pátria sem chuteiras - Novas Crônicas de Futebol /
A menina sem estrela - Memórias /
À sombra das chuteiras imortais - Crônicas de Futebol /
A mulher do próximo / Nélson Rodrigues, o Profeta Tricolor /
O Berro impresso nas Manchetes / O quadrúpede de vinte e oito patas.
Alguns filmes baseados na obra rodrigueana:
Meu destino é pecar - 1952 - Direção: Manuel Pelufo
Boca de ouro - 1963 - Direção: Nelson Pereira dos Santos
Meu nome é Pelé - 1963 - Direção: Carlos Hugo Christensen
Bonitinha mas ordinária - 1963 - Direção: J.P. de Carvalho
Asfalto selvagem - 1964 - Direção: J.B. Tanko
A falecida - 1965 - Direção: Leon Hirszman
O beijo - 1966 - Direção: Flávio Tambellini
Toda nudez será castigada - 1973 - Direção: Arnaldo Jabor
O casamento - 1975 - Direção: Arnaldo Jabor
A dama do lotação - 1978 - Direção: Neville d'Almeida
Os sete gatinhos - 1980 - Direção: Neville d'Almeida
O beijo no asfalto - 1980 - Direção: Bruno Barreto
Álbum de família - 1981 - Direção: Braz Chediak
Engraçadinha - 1981 - Direção: Haroldo Marinho Barbosa
Boca de ouro - 1990 - Direção: Walter Avancini
Gêmeas - 1999 - Direção: Andrucha Waddington
Vestido de noiva - 2006 - Direção de Joffre Rodrigues
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Nelson faleceu numa manhã de domingo, dia 21 de dezembro de 1980,
aos 68 anos de idade, de complicações cardíacas e respiratórias.
Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva,
num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo".
"Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura, é realmente,
minha ótica ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."
Nélson Falcão Rodrigues (1912 - 1980)
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