Soneto Fabril
Parques, sim, mas parques industriais:
neles é que passeia o nosso amor,
em bairros pouco residenciais
onde ronrona a máquina a vapor.
Das chaminés das fábricas saem mais
nuvens (claras, escuras) de vapor
e de fumaça, com a cor das quais
o azul do céu muda-se noutra cor.
Pairando entre esse céu, assim mudado,
e a terra, onde prossegue a mesma vida
com seu esquema aceito mas errado,
detém-se o nosso olhar em bagatelas
— que de pequenas coisas é tecida
a glória de viver e achá-las belas.
Geir Campos
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