Soberania
"Na rude estrada em que me perdia,
Tingia o sol meu rumo inconstante...
A esperança era um vento arfante
Já sem manifesta feição ou melodia.
O meu peito exausto não mais pedia
A água para a sede apavorante:
Um manso descanso é o bastante
Quando a ilusão já não alumia.
A tristeza circundava os momentos:
O céu era o meu abrigo aos relentos,
As estrelas minhas amantes cristalinas.
E quando n'horizonte (ó êxtases belos!)
Floriu a visão de derrotados castelos,
Vi-me soberano entre íntimas ruínas..."
Caio Cardoso Tardelli
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