"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Moçambicana Paulina Chiziane vence o Prêmio Camões de Literatura de 2021


A escritora moçambicana Paulina Chiziane é a vencedora do 33º Prêmio Luís de Camões. 
O anúncio foi feito no início da tarde desta quarta-feira, 20. Suas obras se destacam pelo protagonismo feminino e o seu livro mais conhecido é Niketche: uma história de poligamia, publicado pela primeira vez em 2002.

Paulina foi a escolhida por uma comissão julgadora composta de seis membros (sendo dois de Portugal, dois do Brasil e dois representantes do PALOPS - países africanos de língua oficial portuguesa), que se reuniram no final da manhã desta quarta para anunciar o resultado.

A história da escritora se mistura com a história de seu país de origem. Paulina nasceu em Manjacaze, uma vila rural do país, mas aos seis anos mudou-se para Maputo, capital de Moçambique. Tendo crescido em uma família protestante, participou ativamente de movimentos pela libertação do país de Portugal, de quem era colônia até 1975. A autora fez parte da Frente de Libertação de Moçambique, a Frelimo, responsável pela luta por independência.

Seu primeiro romance foi publicado em 1990, Balada de Amor ao Vento, mas foi com Niketche que ela atingiu o sucesso. O livro chegou a ganhar o Prêmio José Craveirinha, da Associação dos Escritores Moçambicanos. O último livro publicado por Paulina chama-se O Canto dos Escravizados, lançado em 2017.

No ano passado, o Prêmio Camões foi atribuído ao acadêmico português Vítor Manuel Aguiar e Silva, que coordenou o Dicionário de Luís de Camões. E, em 2019, o eleito foi Chico Buarque, decisão que irritou o presidente Jair Bolsonaro, que não assinou o diploma de atribuição. À essa reação, Chico disse que via a ausência dessa assinatura como "um segundo Camões".

Criado em 1988, o Prêmio Camões elege a cada ano, pelo conjunto da obra, um escritor de países onde o português é a língua oficial. Atribuído desde 1989, é considerado o principal prêmio literário da língua portuguesa no mundo.

(º> Fonte: TERRA >>>

O Prêmio Camões, foi instituído pelos governos do Brasil e de
Portugal em 1988, é atribuído aos autores que tenham contribuído para
o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

Todos os vencedores do Prêmio Camões:

1) 1989: Miguel Torga (Portugal)
2) 1990: João Cabral de Melo Neto (Brasil)
3) 1991: José Craveirinha (Moçambique)
4) 1992: Vergílio Ferreira (Portugal)
5) 1993: Rachel de Queiroz (Brasil)
6) 1994: Jorge Amado (Brasil)
7) 1995: José Saramago (Portugal)
8) 1996: Eduardo Lourenço (Portugal)
9) 1997: Pepetela (Angola)
10) 1998: Antonio Candido (Brasil)
11) 1999: Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal)
12) 2000: Autran Dourado (Brasil)
13) 2001: Eugénio de Andrade (Portugal)
14) 2002: Maria Velho da Costa (Portugal)
15) 2003: Rubem Fonseca (Brasil)
16) 2004: Agustina Bessa Luís (Portugal)
17) 2005: Lygia Fagundes Telles (Brasil)
18) 2006: José Luandino Vieira (Angola,
recusou o Prêmio Camões)
19) 2007: António Lobo Antunes (Portugal)
20) 2008: João Ubaldo Ribeiro (Brasil)
21) 2009: Armênio Vieira (Cabo Verde)
22) 2010: Ferreira Gullar (Brasil)
23) 2011: Manuel António Pina (Portugal)
24) 2012: Dalton Jérson Trevisan (Brasil)
25) 2013: António Emilio Leite Couto (Moçambique)
26) 2014: Alberto da Costa e Silva (Brasil)
27) 2015: Hélia Correia (Portugal)
28) 2016: Raduan Nassar (Brasil)
29) 2017: Manuel Alegre (Portugal)
30) 2018: Germano Almeida (Cabo Verde)
31) 2019: Chico Buarque de Hollanda (Brasil)
32) 2020: Vítor Aguiar e Silva (Portugal)
33) 2021: Paulina Chiziane (Moçambique)

Nenhum comentário:

Postar um comentário