O Céu dos Suicidas
Ricardo Lísias
Alfaguara
186 páginas
A primeira coisa que me atraiu nesse
livro, quando encontrei-o na livraria, foi sua
capa. Várias imagens de cédulas de dinheiro,
de vários países. Na contracapa, algumas
imagens de selos. E depois o título intrigante,
que desperta as atenções e curiosidades.
Eu sempre fui de colecionar alguma coisa. De calendários, canetas, chaveiros, latas de refrigerantes, cédulas e moedas antigas, cartão
telefônico, etc... Então decidi comprar o livro primeiro pela capa,
depois pela resenha da contracapa. O autor, até então, desconhecia-o.
A primeira frase do livro: “Sou um especialista em coleções,
mas doei os meus selos há mais de dez anos.”
A história do livro é de ficção, mas com material autobiográfico.
Ricardo, um ex-colecionador de tampinhas de garrafa e selos, professor
universitário e cheio de manias. Ricardo perde seu grande amigo
André, que cometeu suicídio. Seu mundo desmorona, se desintegra.
Ele surta, se torna impulsivo, agressivo, e insulta as pessoas conhecidas,
depois deste fato. Ricardo fica atormentado, se sente culpado por não
ter conseguido salvar o amigo, e, ferido na alma, sai em busca de
respostas e de uma possível redenção. Ele procura saber, se as pessoas
que atentam contra própria vida, vão ou não para o céu. As religiões
dizem que, elas passarão por grandes sofrimentos e provações, para
chegar ao paraíso. E isso o atormenta, e sua agonia, sofrimento e impotência
vem à tona. Daí em diante, ele procura se reconciliar consigo mesmo.
Em ‘capítulos’ curtos, narrado em primeira pessoa, o autor vai esmiuçando
e expiando sua culpa, dividindo à com o leitor, em cada página virada.
A narrativa é brilhante, minuciosa e criativa.
Uma história ansiosa, delirante e de forte apelo dramático.
Apesar de dramático, é bem irônico e por vezes engraçado.
Um livro humano, demasiadamente humano.
O livro é ótimo, emocionante.
*
Ricardo Lísias nasceu em 1975, em São Paulo. É autor de:
Cobertor de Estrelas( Rocco), Duas Praças (Globo)
e O Livro dos Mandarins (Alfaguara).
“Desde que tudo isso começou, tenho percebido que,
sentir saudades significa, em alguma parcela, arrepender-se”.
Fica a dica!!!
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