O Grito
A solidão sangra.
O silêncio sangra.
Sangra o grito em voz
— grito sem garganta —
em espasmos contidos.
Os sinos dobram,
continuam dobrando,
e o grito, o eco do próprio eco,
vai rolando,
vai rolando,
e crescendo,
como o rumor das ondas — quebrando-se,
grito da tortura do amor sem posse,
do desejo esmagado pelo momento de espera.
Moniz Bandeira
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