"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Poesia a Qualquer Hora (173) - Hermann Hesse

Degraus

Assim como as flores murcham 
E a juventude cede à velhice, 
Também os degraus da Vida, 
A sabedoria e a virtude, a seu tempo, 
Florescem e não duram eternamente. 

A cada apelo da vida deve o coração 
Estar pronto a despedir-se e a começar de novo, 
Para, com coragem e sem lágrimas se 
Dar a outras novas ligações. Em todo 
O começo reside um encanto que nos 
Protege e ajuda a viver

Serenos transpunhamos o espaço após espaço, 
Não nos prendendo a nenhum elo, a um lar; 
Sermos corrente ou parada não quer o 
espírito do mundo 

Mas de degrau em degrau elevar-nos e aumentar-nos. 
Apenas nos habituamos a um círculo de vida, 
Íntimos, ameaça-nos o torpor; 
Só aquele que está pronto a partir e parte 
Se furtará à paralisia dos hábitos.

Talvez também a hora da morte 
Nos lance, jovens, para novos espaços, 
O apelo da Vida nunca tem fim ... 
Vamos, Coração, despede-te e cura-te! 

Hermann Hesse
(Traducão do poema: Carlos Leite)

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