"Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
Charles Dickens (1812 - 1870) - Escritor Inglês

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Recomendo a Leitura: Cidades de Papel

Cidades de Papel

John Green

Tradução: Juliana Romeiro
Editora: Intrínseca
368 páginas - 2008

O autor, John Green, nos traz a história de Quentin Jacobsen , um adolescente apaixonado pela sua vizinha, Margo Roth Spiegelman. O casal de adolescentes, teve em sua infância, um momento traumático. Encontraram um corpo ensanguentado no Park Jefferson, em Orlando, na Flórida, quando os dois andavam de bicicleta.

Essa história faz parte do prólogo do livro. Depois deste episódio, apesar de serem vizinhos, e estudarem na mesma escola, eles não se falavam muito. Até que, em uma noite de maio, a garota invade seu quarto pela janela, vestida de ninja, e o convoca para participar de um plano de vingança contra algumas pessoas que lhe causaram algum mal. Quentin (Q.), que tem uma paixão platônica por ela, aceita na hora, fazer parte deste plano. Depois desta noite de aventuras, ele volta pra casa, e logo depois vai para escola, e descobre que Margo não apareceu, que o paradeiro da misteriosa garota, ninguém sabe. Mas Q. descobre na casa dela, algumas pistas e começa a segui-las. Não é a primeira vez que Margo desaparece, e ela sempre deixa algumas pistas sobre seu paradeiro.

Um bilhete, e um livro de Walt Whitman, com passagens grifadas, leva Q., a se entusiasmar, e a sair a procura de sua amada. Então, no dia da formatura, depois de um comentário online em um site, Q. desconfia que é ela, pelo jeito que só Margo escrevia, usando maiúsculas entre as palavras, e com ajuda de um de seus amigos, eles mais ou menos descobrem onde ela possa estar. E com 3, de seus amigos, Ben, Radar e Lacey , vão à procura de Margo, em uma incrível jornada de viagem de 21 horas e mais de 1.700 km em uma Van, chegam ao destino, em uma cidade de papel, Agloe *, nos arredores de Nova York,  a referida cidade, em que possivelmente esteja Margo Roth Spiegelman.

Mas quando Quentin, mais se aproxima de Margo, mais ele se distancia da imagem, que tinha dela. As pessoas não são como a gente imagina, não é verdade?

*Descobri que eram as cidades de papel quando me deparei com uma durante uma viagem no terceiro ano de faculdade. Meu colega de viagem e eu ficamos subindo e descendo um mesmo trecho desolado de uma rodovia em Dakota do Sul, procurando por uma cidade indicada no mapa — pelo que me lembro, o nome era Holen. Até que resolvemos encostar o carro e bater à porta de alguém. A senhora simpática que atendeu já tinha respondido àquela pergunta antes. Explicou que a cidade pela qual estávamos procurando só existia no mapa. A história de Agloe, em Nova York — tal como descrita neste livro —, é quase toda verídica. Agloe começou como uma cidade de papel criada como proteção contra quebra de copyright. Mas então pessoas que tinham velhos mapas da Esso começaram a procurar por ela, e alguém acabou construindo uma loja, tornando Agloe um lugar real. O ramo da cartografia mudou muito desde que Otto G. Lindberg e Ernest Alpers inventaram Agloe, mas muitos cartógrafos ainda incluem cidades de papel como armadilhas contra quebra de copyright, como minha experiência desconcertante em Dakota do Sul pode comprovar. A loja que um dia era Agloe já não existe mais. Mas acredito que, se a cidade fosse inserida novamente em nossos mapas, alguém acabaria por construí-la novamente. – (Nota do Autor)

Achei um ótimo livro, apesar de um final meio previsível, o autor sabe contar uma boa história, com sua escrita leve e divertida, não perdendo o ritmo durante o enredo. 

Trechos:
"Na minha opinião, todo mundo recebe uma dádiva. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um Prêmio Nobel, nem virar ditador de uma pequena ilha do Pacífico, nem ter um câncer terminal de ouvido, nem sofrer combustão espontânea. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos. Poderia ter pisado em Marte. Poderia ter sido engolido por uma baleia. Poderia ter me casado com a rainha da Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas minha dádiva foi diferente. Minha dádiva foi a seguinte: de todas as casas em todos os condados em toda a Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman".  – Prólogo – página 11

"Eu sempre levo alguns segundos para começar a mijar depois de preparar todo o equipamento. Então fiquei de pé ali durante um tempo, esperando, e aí comecei. Eu tinha acabado de chegar à sensação de alívio que um belo de um jato pode transmitir quando ouvi a voz de uma menina vindo da banheira. — Quem está aí? — Lacey, é você? — Quentin? Que diabos você está fazendo aqui? Eu queria interromper o xixi, mas é claro que não consegui. Mijar é como ler um livro bom: é muito, muito difícil parar depois que você começa". - página 209

"Eu olhava para baixo e pensava que eu era feita de papel. Eu é que era uma pessoa frágil e dobrável, e não os outros. E o lance é o seguinte: as pessoas adoram a ideia de uma menina de papel. Sempre adoraram. E o pior é que eu também adorava. Eu tinha cultivado aquilo, entende? “Porque é o máximo ser uma ideia que agrada a todos”. Mas eu nunca poderia ser aquela ideia para mim, não totalmente. E Agloe é um lugar onde uma criação de papel se tornou real." - páginas 348 e 349
O autor:
John Michael Green nasceu em 24 de Agosto de 1977, em Indianápolis, Indiana, mas a família dele se mudou, 3 semanas depois de seu nascimento para Orlando, Florida. Com o irmão Hank tem um canal no Youtube, Vlogbrothers. É um dos escritores mais querido pelo público jovem e igualmente festejado pela crítica. Seus livros: “Quem é você, Alaska?”- 2005, “O Teorema Katherine” – 2006, “Cidades de Papel” – 2008, “Will e Will, Um Nome, Um Destino” 2010, "A Culpa é das Estrelas” – 2012. Green foi premiado com a Printz Medal e o Printz Honor da American Library Association e com o Edgar Award, e foi duas vezes finalista do prêmio literário do LA Times. Ele mora com a mulher e dois filhos em Indianápolis.

A Culpa é das Estrelas, foi adaptado para o cinema em 2014. Cidades de Papel é próxima obra a ir para o cinema em 2015.

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