Esses lúcidos rasgos, essas velas
que cobram com âmagos superiores
alimentos do sol em resplendores,
aquilo vivem que se sofre delas.
Flores noturnas são: embora belas,
efêmeras, padecem seus ardores;
pois, se um dia é o século das flores,
uma noite é a idade das estrelas.
Dessa, pois, primavera fugitiva
já nosso mal, já nosso bem decorre;
registro é nosso, ou morra o sol ou viva.
Que duração, na senda que percorre
o homem, ou que mudança não deriva
de astro que a cada noite nasce e morre?
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