Rosa na Redoma
A noite queima em minhas veias
Enquanto encho essa taça
Com as pétalas de um vinho sísmico
De meu ventre gritam versos de sangue
Espasmos de fel & fogo
Deito-me no chão de vidro deste século morto
Farta das verborragias do tempo e dos amantes absurdos
Um piano anuncia novos acordes para o dia
Esta redoma tornou-se uma alcova de anjos ébrios e obscenos
A pálpebra cerrada do meu querubim
Ternura que arde & atormenta
Sereia encantadora de serpentes
Seu choro de rouxinol me fere
Seu pecado amordaça meu coração
De volta ao escuro do quarto sem paredes
Veludo estilhaçado pelas flechas da chuva
Minha semente viceja nesse útero terrível
Estrelas lúbricas desenham um segredo neste livro
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