Eleição
Deveria ser um pleito
pautado em muito respeito
sem as promessas vazias
a que ninguém tem direito.
Um ato de consciência
altamente avaliado
pesando os prós e os contras
de todos os candidatos.
Nem precisava discurso
muito menos na TV
registraria em cartório
os seus planos de governo.
Entretanto o que se vê:
só um teatro mambembe
velório da honestidade
intrigante e impertinente.
Onde os palhaços maiores
ficam do lado de fora
pra fazer a sua parte
esperando a sua hora.
Discutindo entre si
em pares ou em turmas
ansiosos pelo dia
de ir defecar na urna.
Que aliás o modernismo
nos deu uma latrina gótica
a antiga gruta do alívio
agora é em fibra óptica.
O sonho de cidadania
pelo qual tanto lutamos
veio, porém pelo avesso
pesadelo é o que temos.
Entre Nhô Ruim e Nhô Pior
alguns ainda se atropelam
acham que levam o melhor
levam os que nada fizeram.
O pesadelo sempre continua
dia e noite, noite e dia
entre impostos e amargura
privatizações, cuecas e folia.
Ao eleitor sobra a ira
ranger de dentes total
seja qual for o seu gesto
pagar por ele é fatal...
Aguentar os quatro anos
amargando o resultado
que seja ele qual for
será sempre malfadado.
Teresinha A. Penhabe
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